Cafuné

Sempre houve a bajulação camuflada ou explícita aos poderosos do dia (caiu o babão pula fora). Basta que se lembre que o apelido "chaleira" para designar um desses repugnantes espécimes foi criado na República Velha. Segundo a história, um babão chegou na casa do poderoso senador Pinheiro Machado, no Rio de Janeiro (o senador era gaúcho) e viu que havia uma chaleira fervendo mo fogão e então, para mostrar serviço, correu ávido para tirá-la do fogo, só que na sua ânsia bajulatória em vez de pegar na asa (cabo) da chaleira o sujeito pegou no bico e, aí, qieimou-se, mas aonda assim conseguiu colocar o recipiente em cima da mesa. Havia um jornalista na casa e colocou o fato no jornal, nascia o apelido chaleira. Na casa do mesmo senador aconteceu outro fato idêntico de chaleirismo. Ele deu um alomoço e nele estava o estado-maior dos puxa-sacos. Depois do almoço serviram o cafezinho e em seguida o licor. Só que o mordomo em vez de colocar nos cálices o licor colocou, por engano, o xarope amargoso que Dona Nanã, a esposa do senador tomava para bronquite. Resultado,mesmo sabendo que não era licor, o xarope amargando paca, todos os babões elogiaram o sabor do licor saboroso. Uns cínicos e babões. O fato foi notícia na imprensa da época, contado pelo próprio senador.

Recentemente, pasmem, na minha Região, um grupo de capachos se oferece para aplicar cafunés na comitiva do governador. Cegram a esse ponto, se oferecer para dar cafuné. O que não se faz para agradar aos poderosos. Perde-se a vergonha. Inté.

Dartagnan Ferraz
Enviado por Dartagnan Ferraz em 12/08/2016
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