Outros tempos
Estou a caminho do trabalho. Não gosto de pegar ônibus lotado, porque tem muita gente; e, muita gente usando celular; as pessoas falam demais nestes aparelhos; isso sobremaneira não me atrai. Não sei porque inventaram esta praga que faz o silêncio precioso desaparecer; mas, tenho que pegar o transporte coletivo: único meio de tranporte para ir ao trabalho, já que não cojito dirigir veículos de passeio. Vão-se 10 Km de viagem. Enquanto os robôs de celulares continuam as chamadas, procuro olhar as paisagens naturais; olho os cartazes, as vaquinhas etc. Quando canso de olhá-los, busco a leitura dos jornais. Dói na alma ver tantas barbaridades, tanta violência e notícias de pólíticos corruptos; guardo o jornal. Desembarco, enfim, na parada de meu trabalho. Nele, viro robô na marra. Explico: tenho de atender o público e para isso devo usar o computador. Fico pensando na minha olivetti de antigamente; parecia bem menos cansativo aos olhos do que a telinha e suas imagens radioativas. Assim lembro do tempo em que era feliz e não sabia.