PEREGRINAÇÃO AOS CAMPOS SANTOS JAPONESES

Todos deviam visitá-los pelo uma vez na vida, segundo conselhos de guia espiritual. Faz bem à alma e à consciência. Já conheço os de Álvares Machado e o da Colônia Hirano.

Seguindo a pegada do escritor André Kondo, fomos conhecer o de Mombuca, único ainda em atividade, isto é, aberto para o público. No bairro japonês de Guatapará como todos o chamam. Residem no local uns quatrocentos nikkeys. Mombuca foi escolhido pelo governo japonês para quem quisesse imigrar para o Brasil, facilitando-lhes a aquisição de terras. Isso há 56 anos. Talvez porque Guatapará acolheu os primeiros imigrantes em 2008, quando Unpei Hirano e 88 pessoas aportaram na Fazenda Guatapará. Posteriormente mais levas chegaram. Até o embaixador japonês visitou a localidade em 1933. Dessa fazenda, Hirano partiria acompanhado de alguns patrícios para a trágica aventura de abrir novo núcleo de imigração em Cafelândia. Núcleo que levaria o seu nome e muitos pereceriam de maleita.

No cemitério de Mombuca o que impressiona são os mausoléus. De qualidade e luxuosos. A maioria é de japoneses.

Na Fazenda Guatapará existia também um só de japoneses. Mas com a decadência da cafeicultura, a população mudando, o cemitério ficou abandonado. O proprietário com a intenção de plantar eucalipto, com maquinaria destruiu todos os túmulos e ajuntou-os num pequeno vale à parte. No início, um religioso oficiava em homenagem às almas. Hoje, está totalmente coberto de matas.

Outros cemitérios existentes não recebem mais mortos. Mas são bem cuidados.

Como o de ÁlvaresPE Machado, próximo ao centro. Só há um não oriental enterrado ali porque defendeu um nikkey de um ataque.

O da Colônia Hirano, no meio de pastagem é de difícil acesso. O mausoléu de Unpei Hirano é um dos poucos que ainda restam. Muitos transladaram os restos mortais para onde se mudaram.

Devia ser estudada possibilidade de transferi-los junto à sede da entidade e do templo existente.