Samba de Boteco

Longe de mim, Deus me livre, discordar de quem gosta da MPB clássica, aquela que reúne os maiores bambambãs, a chamada elite musical do patropi. Pessoalmenteadoro esse timaço.

Mas discordode um certo preconceito que é praticado contra os compositores mais populares do samba. Vou de encontro a essa crítica. Por um motivo muto simples: para ouvir música tem lugare momento, além de motivo de ordem pesonalíssimo(calá-te boca).Vejam bem, se estamos num boteco, num ambiente festivo, tomando umas eoutras, na base da descontração, nada melhor doque ouvir um samba popular. Nesses locais e nesses momentos, só gosto de ouvir samba de boteco(o termo não é pejorativo e nem preconceituoso, mas carinhoso).

No barraco que tomo meus aperitivos e bato papo com os amigos, o garçom já tem guardado um pendrive com uma seleção de sambas que adoro nesses momentos. Aassim que começa o bate papo, ele liga o danado e começa a tabelinha.Quem tira o centro é Benito de Paula (nessa seçleção canta umas doze músicas): "Ensaiei meu samba o ano inteiro/comprei surdo e tamborim...", toca para Luiz Airão: "Qualquer dia, qual hora/ a gente se encontra/ para lfalar de amor...", passa para Agepê: "Deixa eute amar/ faz de conta que sou o primeiro/ Na beleza desseteuolhar/ eu quero estar o tempo inteiro...",lança Cristinha Buarque que amacia a pelota e dar o dirble de Manacéia: "Ah, quantas lágrimas eu tenho derramado/só em saber que não posso mais/ Reviver o meu passado...", estica para a dupla Antonio Carlos e Jocafi: "Você abusou/ tirou partido de mim/ abusou...", que enfia de primeira, sem nenhuma discriminação para Luiz Américo dar auma palhinha: "Tu és senhiora/ Eu sou escravo desse teu ciúme/ obediente ouo os teus queixumes/ o meu amor por ti é uma loucura...", ele lança Martinho da Vila (que joga nos dois times, no dos bambambás e no popular)que domina a danada e faz um gol: "Na aminha casa todo mundo é bamba/ Todo mundo bebe, todo mundo samba...". E a goleada é grande. A goleada e o porre.

Adoro samba de boteco. Inté.