CRÔNICA – O futebol brasileiro – 11.08.2016
 
 
CRÔNICA – O futebol brasileiro – 11.08.2016
 
 
Bastou o escrete nacional enfiar uma goleada de 4 x 0 na Dinamarca, time que é literalmente analfabeto em matéria de futebol, para que o povo e a mídia se esquecessem das fraquíssimas atuações anteriores desse nosso selecionado, que é repleto de medalhões. Desconfia-se que o salário de apenas um atleta nosso seja superior à folha de pagamento dos dinamarqueses. Ainda por cima, vejam bem, temos dois jogadores que estão para ser negociados com o exterior, cada um por mais de R$ 100 milhões de reais.
          Confesso que mesmo assim não gostei da partida, sendo que a superioridade do Brasil foi demonstrada muito mais pela fragilidade do adversário do que pelas nossas próprias qualidades técnicas. O selecionado visitante me pareceu muito com o pior time do mundo, que é daqui do Recife, o conhecido Íbis, famoso pássaro preto do bairro de Santo Amaro, por onde passaram grandes craques do futebol, tais como o Vavá e o Ricardo Rocha, somente para exemplificar, que foram campeões mundiais. O primeiro deles, antes de ir para o centro sul, teve passagem pelo Sport Recife, enquanto que o segundo fora transferido para o Santa Cruz, o tricolor do Arruda, e depois seguiu o rumo que já era tradicional. Conta-se que o Ricardo Rocha fora trocado por meia dúzia de pares de chuteiras.
     Outrora, um jogo desse seria liquidado rapidamente, goleado e massacrado, e não se faria essa festa toda que estão patrocinando pelo país inteiro, encabeçada pela Rede Globo, que é acostumada a mudar de postura a seu bel prazer. Há comentaristas que mesmo errando nas suas previsões conseguem convencer ao público: “Eu alertei que isso ou aquilo poderia acontecer...” e assim por diante, transformando os jogadores pátrios ora em deuses ora no diabo. Ontem não foi diferente, voltaram a ser soberanos. Parece claro que, com raras exceções, todos querem que os atletas sejam campeões olímpicos, melhor dizendo, campeões mundiais.
       Em minha modesta opinião penso que a presença do treinador Tite, do selecionado principal do Brasil, foi a responsável em parte pela alegria proporcionada ao nosso povo, porquanto ele passou alguns dias da semana em contato direto, presencial, com o técnico Micale e com os convocados. Não há quem me cale no particular. Sinceramente, nunca soube que esse treinador chegou a comandar alguma equipe de repercussão nacional, parecendo muito mais com um sujeito bafejado pela sorte, enquanto que treinadores de renome são jogados em segundo plano.
         O próximo jogo será contra a Colômbia, que é da América do Sul, nosso vizinho, cuja prática futebolística evoluiu de maneira brilhante nos últimos anos, fato que vem mostrando ao mundo inteiro, especialmente pela disposição e raça de seus jogadores. Entendo será uma batalha deveras difícil, entretanto temos condições de sair vitoriosos e partir para a etapa seguinte. Que não venhamos a enfrentar a Alemanha, eis que fatalmente a goleada de 7 x 1 sofrida pelo Brasil na Copa Mundial de 2014 pesaria negativamente na hora da partida.
          Para encerrar gostaria de lamentar o que a imprensa vem dizendo, ou seja, que o nosso Neymar ainda não tem experiência e maturidade para ser aquele líder do qual o Brasil necessita numa competição internacional. Ora, minha gente, o Pelé foi convocado com dezesseis anos, foi campeão mundial várias vezes. O nosso atual camisa 10 já tem 24 anos, joga no futebol espanhol, num dos maiores clubes do mundo. Deve existir alguma voz por baixo do pano para bancar essas declarações sem qualquer argumento.
 
Ansilgus
Fonte da foto: Internet/GOOGLE
ansilgus
Enviado por ansilgus em 11/08/2016
Reeditado em 11/08/2016
Código do texto: T5725142
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