Crônica e Maltraçada

Confesso que tenho dificuldade para definir o que é crônica. Há artigo que considero crônica e vice-versa. Mais: alguns contos eu confundo com crônicas. Faço uma confusão danada.

Ontem o meu assessor para assuntos de informática, meu neto, esse sujeitinho folgadoe chato que digita apressado meus testos e sapeca erros absurdos, chegou afoito exigindo uma definição de crônica e, mais do que isso, a difrenciação entrecrônica e artigo, e o escambau de coisinhas relacionadas a esse assunto.Era tarefa do colégio.

Junto com ele pesquisamos na internet e ele colocou o resumo, com o qual não concordei, mas ele achou ótimo. Tarefa é tarefa, e eumelivrei do abacaxi.

Apenas sugeri a ele que colocasse no final a opinião de Machado de Assis sobre o que era crônica, eele botouo seguinte trecho do texto "O Nascimento da Crônica", do Bruxo de Cosme Velho:

"Não posso dizer positivamente em que ano nasceu a crônica; mas há toda probalidade de crer que foi coetânea das primeiras duas vizinhas, entre o jantar e a merenda, sentaram-se à porta, para debicar os sucessos do dia. Provavelmente começaram a lastimar-se do calor.Uma dizia que não pudera comer no jantar, outra que tinha a camisa mais ensopando que as ervas que comera. Pssar das ervas às plantações do mrador fronteiro, e logoàs tropelias amatórias do dito morador, e ao resto, eraa coisa mais facil, natural e possivel do mundo. Eis a origem da crônica".

O neto, um carinha metido a espertoe gozador disse que se for assim, as velharias que eu escrevo, as arengas e besteiras (foram as palavras dele) seriam crônicas. Discordei, o que escrevo, disse,são apenas maltraçadas de um veio caduco. Inté.

Dartagnan Ferraz
Enviado por Dartagnan Ferraz em 10/08/2016
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