Trincheira e sonhos
O céu é cinza, um tom único,
As nuvens correm umas das outras,
Pássaros não passam, já morreram todos
Uma gota cai num capacete surrado,
e desce até cair na lama.
Da fome, agora só tenho amnésia,
era isso ou morrer,
De dormir uma noite inteira,
Nem que sejam só duas horas,
Sonhos de bronze, quartos barulhentos,
sanduíches e café,
O último abraço, sem ter que dizer adeus,
Sem lágrimas, sem tapa nas costas
No campo, na trincheira,
esse dia vai chegar,
E seremos somente eu,
minha alma e meu legado.
jmd2016