CRÔNICA – Nunca vi coisa igual – 06.08.2016
 
CRÔNICA – Nunca vi coisa igual – 06.08.2016
 
 
Ontem tive oportunidade de ver um dos maiores espetáculos da terra, qual seja a abertura dos “Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro, edição 2016”, acontecimento que foi um grande sucesso mundial para mais de quatro bilhões de pessoas, inclusive nas redes sociais.
            Para mim, que não sou perito no assunto, não houve, sequer, uma mínima falha, tudo transcorreu às mil maravilhas, até mesmo porque em matéria de festa a cidade maravilhosa é especialista. Parece que tudo foi minuciosamente medido na conta certa, contando a história do nosso descobrimento, o desenvolvimento das raças, o progresso da floresta, da agropecuária com a ajuda do negro oriundo da África; o sucesso das atividades secundária e terciária, havendo até uma brechinha para que tudo terminasse em samba, como é do nosso costume. Foi, na verdade, um espetáculo voluptuoso, de alto custo para o erário numa época em que tudo está muito difícil para o povo nacional, especialmente a massa mais pobre da população.
            Não pude me esquecer, apesar de toda aquela riquíssima solenidade, de que à mesma hora pessoas hospitalizadas estavam sem tomar a medicação recomendada pelos médicos, em face da falta de recursos financeiros por que passam as unidades federadas do país, mormente o Rio de Janeiro, que “continua lindo”, conforme dissera o doutor Carlos Arthur Nuzman, presidente do COB – Comitê Olímpico Brasileiro, em seu discurso inicial, que foi uma mistura de idiomas, inclusive o pátrio. Sabe-se que o nosso querido Estado também está atrasando até salários de funcionários e aposentados, numa declaração implícita de que não teria condições de bancar essa importante maratona de jogos em nosso território. Dizem que houve a participação da iniciativa privada, o que não deixa de ser bom, mas essa não investe sem o competente retorno.
            Resta, apenas, torcer para que os gastos elevados com a construção das arenas e das demais áreas a serem desenvolvidas as competições tenham sido feitos de maneira honesta, sem desvios, justamente numa época em que as maiores empreiteiras do país foram pilhadas com superfaturamento e com a utilização de propinas para políticos e autoridades de um modo geral. Particularmente, não acredito.
Ansilgus
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Enviado por ansilgus em 06/08/2016
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