A Dinâmica da Vida ( O tempo não mata o orgulho)
Estive nos escombros do ENA dia 14/07/2014. E comprovei que o ENA de 1983 a 86 do meu coração era apenas imaginário, tudo estava mudado! Eu já esperava por isso, mas mesmo assim, fui tentar refazer meu interior! Fiz uma viagem de três dias, de moto, Saí de Senador Canedo - GO dia 10. Fui em nome dos sentimentos e ressentimentos ali deixados, nos quais encontrei motivação. Se o que vi não compensou, o processo todo valeu a pena! As últimas coisas que não pude trazer em minha juventude, por não compreendê-las, trouxe todas agora: entre tudo o que meus sentidos pode perceber, somente o desfrutar do reencontro com duas amigas Enenses, Legilda Ramos e Maria José Fernandes. Tudo estava diferente até existia uma vaca com filhote novo que pastava ao lado de antigo refeitório e nos avançou, quase atingiu minha amiga Legilda. Uma recepção significativa para me fazer entender que lá não é mais meu lugar. O Formigão lamenta o desbotar das imagens de um ENA que está se esvaindo e inóspito. Não existindo ENA, não existe Formigão. "Não é saudade, porque para mim a vida é dinâmica e nunca lamento o que se perdeu - mas é sem dúvida uma sensação muito clara de que a vida escorre talvez rápida demais e, a cada momento, tudo se perde." (Caio Fernando Abreu)
Deus é o sistema último que produz todas as energias para a dinâmica da vida. Viajei, e a força estava dentro de mim! Nada de ruim me aconteceu, é o que chamamos de vontade Divina. É isto, e nada mais é do que a fome do motor pelo o combustível da vida, fazendo movimentar as substâncias em busca do que Lhe é próprio consumir no momento. Ele consome vidas e produz a nova vida.
Tudo passa. O tempo transforma tudo em quase tudo novo. Vi as possibilidades do tudo que eu precisava para continuar vivendo, então fui mais fundo buscar, nos lugares que vivi outras certezas; agora pisava em falso, já não eram os mesmos, tudo estava carcomido, mas as formas perfeitas ainda moravam na íntegra em minha mente. Entrei no cenário atual e encontrei em um passado inexistente fisicamente, apenas algumas pessoas, principalmente, elas que agora envelhecidas, porém em minha mente e na de muitos, que vieram do mesmo passado comigo, guardamos na memória jovial, em comum, o gosto da subjetividade de cada tudo da lembrança.
É notório que os inimigos continuam inimigos, e por vez diz de mim: "ele continua o mesmo". Por culpa das memórias, o olhar não envelheceu. Concluí que fugir não resolve, o mal está dentro da mente dos que não perdoam. Neste caso, quem ofende esquece, porém o ofendido nunca. Pareceu-me que há mais força no recordar vingativo, que ainda aqui não foi meu caso, achei que aqueles lugares do passado precisavam de mim, qual não é verdade, eu precisava deles. Não pude trazer comigo a certeza do perdão de todos. O tempo não conseguiu, então não voltarei mais. vou seguir o conselho de Doug Ivester: "Nunca deixe suas lembranças serem maiores do que os seus sonhos".