E POR FALAR EM AMIZADE...
“O cabelo era só o cupim!” Disparou um dos nossos, referindo-se não ao inseto, mas à casinha dele, para debochar do meu cabelo. Terrível comparação! E poderia soar como uma ofensa, mas a familiaridade é tanta, e tamanha a felicidade do reencontro, que me rendi às gaitadas, acompanhada pelos demais. Além disso, o verbo no passado evidencia que agora estou bem melhor, inclusive orgulhosa dos meus cachos.
O tempo do cabelo ruim foi um tempo muito feliz; foi o tempo do ensino médio, quando nos conhecemos e vivemos um mundo de histórias, durante três anos, na Fundação Bradesco, em 1994. Hoje estamos todos na faixa média dos quarenta, mas voltar aos dezesseis, dezessete, é fácil, devido às memórias daquela fase inesquecível de brincadeiras, apelidos, farras e confusões.
Mais experientes (e mais bonitos), compartilhamos, na tarde do 31/07/16, um pouco sobre o que se seguiu após a conclusão do Técnico em Contabilidade, momento em que cada um expôs, de forma sucinta, o rumo que tomou sua vida. O mais positivo das falas é que, em sua maioria, os participantes enfatizaram o quanto esses encontros representam na vida de cada um.
Vivenciamos horas de muita alegria, relatos emocionados e declarações de amor, que finalizou com o vídeo da nossa festa de formatura.
Cabe aqui um registro especial: esse novo encontro contou com as presenças de Renato, “o desaparecido”, e Osmilton, outro que só agora, vinte e dois anos depois, reencontramos.
Suor nas mãos, frio na espinha, voz trêmula, às vezes embargada, e vontade de chorar... Não dá pra explicar a emoção que nos proporciona esses encontros de ex-alunos, verdadeiros amigos, mas posso resumi-la num “arrepio frio que dá na gente”. Não consigo imaginar a vida sem esse vínculo com meus amores, que seguem firmes depois de tantos anos, cada um na sua batalha.
Abraçar cada um, olhar nos olhos, ver que estão todos bem, é algo que me faz muito grata à vida, que nos permitiu manter essa amizade tão importante pra mim. A presença deles é como um combustível, uma injeção de ânimo, que me faz esquecer todo o resto.
Certo disse o poeta: “a amizade é um amor que nunca morre”. Não morre mesmo! Só cresce.