Cotidiano banal
Acorda, escova os dentes, toma banho e depois o café.
Sai correndo, volta porque esqueceu de fechar a porta,
Desce as escadas, pega o ônibus, depois o metrô.
Encosta na porta, lê o jornal, dia 1, 2, 3, 4. Já é final do mês.
Volta pra casa, abre a porta, sente sono, prepara a marmita.
Toma um banho, está estafado. No dia seguinte tem mais.
Dorme pouco, muito pouco, a noite anterior foi cheia de trabalho.
Acorda, escova os dentes, toma banho e depois o café.
Lê o jornal, 2000 e tanto. Já está com 30.
Pisca o olho, na verdade, não pisca. Acorda, prepara o café.
O dia passou rápido! Acorda, dorme. Dorme, acorda.
Assiste o jornal, a vista tá curta pra ler. Dorme, dorme, dorme.
Não acordou, não escovou os dentes, não tomou banho.
Não encostou na porta, não viu o jornal. Ninguém notou.
Não correu. Perdeu o trem.
O despertador tocou outra vez. Mas já era tarde demais.