Um cântico para Ewa, e pela paz

Ewa é uma bela polonesa. Conheci-a na praia quando esteve aqui a passeio.

Ela me conta que está infeliz, que não consegue ver um bom futuro à frente, e teme acordar um dia, olhar para trás, e perceber que a vida passou em vão; tem medo de estar jogando fora os seus dias, cultivando uma existência infeliz.

Vejo-a tão linda. Como parece fácil, à distância, ser feliz sendo tão bela.

Digo-lhe que em 30 anos ela olhará para trás e verá a si mesma no passado, entristecida, embora dispondo de tudo o que a tornaria imensamente feliz no futuro, quando isso já não parecer mais possível, quando sua juventude e beleza tiverem se transformado em recordações distantes.

Ela me conta que lastima a perda dos 16 anos; como seria feliz se pudesse voltar a esse tempo.

Vejo tempos sombrios se assomando, vejo uma guerra e a destruição iminente.

Somos todos felizes nesses dias de luz, de prosperidade e de luz que ainda nos restam. Aproximam-se tempos sombrios, de sofrimento e devastação. Temo a guerra.

Temo uma guerra iminente, que muito claramente se anuncia; que matará bilhões, devastando todo o planeta.

Bombas nucleares espargirão o sofrimento dos céus, transformarão o mundo inteiro em um vasto escombro. De nosso mundo restarão ruínas e lembranças, e como herança deixaremos apenas sofrimento e devastação.

Os que restarem da destruição disputarão a comida e o abrigo com as feras, e morrerão envenenados pelo ar e pela água.

São muito maus presságios, mas as indicações de tudo isso não são menos claras.

Ewa é tão linda, o mundo é tão cheio de vida e belezas.

Sejamos felizes enquanto isso ainda é fácil, e lutemos contra a guerra; tempos sombrios se assomam.