O mar e a garça
Crônica de VALDEZ JUVAL
Debruço-me no umbral da varanda da suíte onde estou hospedado e começo a observar o mar batendo com suas ondas o muro de arrimo que protege o terreno do Hotel.
Não são como as de ontem. Deduzi pela violência e a altura. (Imagine-se! Como se ela pudesse passar mais de uma vez pelo mesmo lugar!).
Havia até um pouco de calmaria mas tinha a mesma teimosia das outras, cutucando o grãozinho de areia, baloiçando de um lado para outro até que se perdesse de vista.
O que mais me encantou naquele instante foi o passeio cauteloso de uma garça, procurando alimento na relva rala do jardim.
Com elegância, certo garbo, desfilava cautelosamente e usava a precaução para o bote decisivo sobre a presa.
Despertou em mim a lembrança e a vontade urgente de voltar.
Cumpria uma missão e já estava longe de casa por alguns dias.
Usei o telefone e procurei falar com meu filho que, certamente naquela hora, estaria também na varanda de nosso apartamento, com sua mãe, aguardando que o almoço fosse servido.
Lá, diariamente nos reunimos e quase diariamente, uma garça também passeia no mato rasteiro, bem à nossa frente, caçando, complementando a sua ração diária.
Surgiu uma grande afinidade entre meu filho e a garça que não se incomodava com sua aproximação.
GAN, como meu filho apelidara sua ave amiga, sempre levanta voo em hora certa e retorna para o quintal do seu criador, não muito distante de onde moramos.
Agora era só esperar o outro dia para um possível reencontro.
Um redemoinho se formou em minha cabeça e misturou tudo: mar, garça, lembrança, família e saudade.
29.07.2016
Crônica de VALDEZ JUVAL
Debruço-me no umbral da varanda da suíte onde estou hospedado e começo a observar o mar batendo com suas ondas o muro de arrimo que protege o terreno do Hotel.
Não são como as de ontem. Deduzi pela violência e a altura. (Imagine-se! Como se ela pudesse passar mais de uma vez pelo mesmo lugar!).
Havia até um pouco de calmaria mas tinha a mesma teimosia das outras, cutucando o grãozinho de areia, baloiçando de um lado para outro até que se perdesse de vista.
O que mais me encantou naquele instante foi o passeio cauteloso de uma garça, procurando alimento na relva rala do jardim.
Com elegância, certo garbo, desfilava cautelosamente e usava a precaução para o bote decisivo sobre a presa.
Despertou em mim a lembrança e a vontade urgente de voltar.
Cumpria uma missão e já estava longe de casa por alguns dias.
Usei o telefone e procurei falar com meu filho que, certamente naquela hora, estaria também na varanda de nosso apartamento, com sua mãe, aguardando que o almoço fosse servido.
Lá, diariamente nos reunimos e quase diariamente, uma garça também passeia no mato rasteiro, bem à nossa frente, caçando, complementando a sua ração diária.
Surgiu uma grande afinidade entre meu filho e a garça que não se incomodava com sua aproximação.
GAN, como meu filho apelidara sua ave amiga, sempre levanta voo em hora certa e retorna para o quintal do seu criador, não muito distante de onde moramos.
Agora era só esperar o outro dia para um possível reencontro.
Um redemoinho se formou em minha cabeça e misturou tudo: mar, garça, lembrança, família e saudade.
29.07.2016