A DESPEDIDA
A DESPEDIDA
Lembra aquela mesmice andarilha
de ir abrindo meus segredos
por ai falando dos meus enredos
antes de cair em teus braços
um fiasco mudo sem interesse
me destina como mulher
algo que afina desilusões
de um poder que nunca teve
fiquei várias daquelas noites
te olhando se masturbando
talvez pudesse ser eu nas entrelinhas
mas os olhos mentiam de verdade
o palpite do coração vertia
uma trapaça mastigando frio
as palavras que dizia
a meus ouvidos como arma branca
ferindo quem sabe meu ego
posso ser uma novidade franca
p'ra dizer melhor o que acontece
o que desaparece tão rápido
não tem este sentido sanguinário
que assassina o outro por dentro
inserindo um veneno lisérgico
talvez eu seja alérgica
ao esguio valente das frestas
que mal abre a porta da alma
por medo de ficar avulso
meu soluço precisa de água
não preciso de trégua nenhuma
não estou farta
alguém que venham que mate
estou esperando alguém
de verdade.
MÚSICA DE LEITURA: Billie Holiday - well be togheter again