Quando Não o Entenderam
João Pedro não queria ser aceito, apenas compreendido. Ele foi-se fechando cada vez mais para o mundo, porque as pessoas não o entenderam. Julgaram-no por louco, insano, bulímico. Porém, ele não era esse ser entristecido. Tornaram-no assim. Era tão novo. Porque fizeram isso com ele? Mal tinha começado a viver. A maldade que me assusta assustou-o também. Podiam tê-lo entendido. Não iria doer ou arrancar-lhes um pedaço. Mas o que fizeram a João Pedro, deixou sim, uma ferida exposta em seu âmago. Foi-se meu velho amigo. Convivemos tão pouco, mas o suficiente para ver em seu interior uma luz que o mal não apagou. Restam lembranças do pouco que vivemos. Sua mãe, dona Catarina, ainda hoje chora, recostada em sua cama. Ainda lembro, quando ele falou-me com tanta empolgação dos projetos literários de sua escolinha. Era tão sonhador, tão determinado. Mas muita gente não soube entendê-lo. Já ele não, por entendê-los, adoeceu-se para agradar tanta gente que não ver o que está no mais profundo do ser de alguém que chora. João Pedro deixou-nos, mas sua lembrança ainda é tão vívida em nosso meio como o era ontem. Gostaria que tivesse ficado mais tempo conosco, mas findou-se sua alegria por causa da pressão desse mundo cruel. Mas João Pedro nos ensinou o quanto devemos atentar melhor para aqueles que estão ao nosso redor. Temos que parar de correr um pouco, e observar, se não muito, pelo menos o suficiente para perceber o que está causando dor em alguém que sofre.
Vamos juntos nessa jornada de descoberta e ajuda ao próximo?