Mensagens que edificam - 226
A obscuridade do pós-morte, ou do além, não me permite afirmar nada. Tudo que sei é fruto do que leio, e tudo que leio é produto da mente fértil de outro frágil humano, como eu. Por mais genial que o autor de uma obra seja, suas colocações no aspecto metafísico serão sempre meras conjecturas. Isto vale para qualquer livro considerado sagrado. A adjectivação do sacro não lhe atribui punhos sobrenaturais, mas letras e caracteres, mais uma vez, totalmente humanos. Especular não é proibido, imaginar, muito menos, mas dar certeza ao incerto é atirar no escuro. Eu também não faria isso, mesmo tendo um porte de armas literário. Penso que não tenho o direito de desconstruir a fé de ninguém, mas se meus ensaios polemizam, isto é inevitável. Todavia fica sublinhado que o cérebro existe para ser utilizado, e não manipulado. Nisto me classifico como um selvagem que jamais aceitará cabrestos e rédeas. Todos os dias ouço um tanto de coisas que eu não concordo, nem por isso fuzilarei ninguém. Minhas bombas são as minhas argumentações, por isso reafirmo o direito de expressar meus pensamentos. Isto é democracia e liberdade de expressão. Quem não suporta ouvir o contrário, não pode falar o que crê.