Gases Nobres

Não possuo automóvel, nunca possuí, nem tampouco sei dirigir. De´veículo só aprendi a andar de bicicleta, e na bicicleta dos outros. Sou um sujeito que só de locomove para distâncias maiores, em Recife, de ônibus. É desconfortável, admito, principalmente para quem está na "boa idade". Mas, confesso,até gosto de andar de ônibus, mesmo daqueles tipo lata de sardinhas.Gosto e me divirto muito ouvindo a prosa do povo, as piadas,broncas, mentiras e até a voz dos cantores.

Mas divertido mesmo é quando adentra nos ônibus lotadosum coxinha ou uma coxinha, esses sujeitos metidos a rico mesmo devendo os cabelos da cabeça e aquelas madames chatas e de nariz arrebitado, com raiva por ter que pegar tranbsporte coletivo, se "misturar com a gentinha".Entram putos da vida, com cara de quem está chupando limão ou mastigando pimenta malaguêta, ficam com nojo do povo, querendo colocar uma cortina,mas aanão conseguem. Mas esses elitistas falidos fazem questão de explicitar a sua aversao pelo povo, manter distância, nao fitam as pessoas, acham uma ofensa a sua nobreza de marré-marré a companhia do povão.

O que mais adoro é o troco queo ovo dá a esses elitistas. Quando um deles ou delas consegue sentar, logo um gozador começa a provocá-lo,arrota, canta,conta piadas, provoca mesmo.Dia desses,uma madame de araque e nariz arrebitado, que se encolheu quando um morenão sentouperto dela, saltou antes do destino,o sujeito vendo que ela estava dandoumade ofendida, dissebem alto que peido de rico de merda fedia maisque o do pobre, e que suvaco de riquinha de merda fedia mais que carniça de urubu. A dona saiu fula de raiva.

Opovãonão perdoa os gases nobres.Vivao povo.Inté.

Dartagnan Ferraz
Enviado por Dartagnan Ferraz em 27/07/2016
Código do texto: T5710927
Classificação de conteúdo: seguro