O homem-morte!
O homem-morte!
Ontem, caminhava entre árvores e circundava os animais; eu era parte da natureza.
Hoje, corro pelo asfalto, tropeço em paralelepípedos e, visualizo na Tv os animais de outrora; fiz parte da natureza.
Amanhã, verei a natureza somente nas poesias e os animais em imagens; eu des/refiz a natureza.
O predador destrói com a fome de sua voracidade
Come e regurgita seu consumo e é consumido
Destrói e reconstrói o que não construiu
Dono do que não lhe pertence, o homem é a carnificina do mundo.
O homem, o alimento da morte natural, o predador do predador.
A natureza silenciada pela voz do consumo, agoniza nas entranhas do lar, construído com a desculpa da necessidade. Tudo se constrói a partir da violência contra o ambiente, que já é meio e, amanhã, será nada.
O homem, predador por excelência, caçador por talento, é o dono da vida e da morte.
O homem-morte!
Mário Paternostro