Meus olhos de Poeta
Meus olhos de Poeta
Meus olhos de Poeta lacrimejam na esperança de encharcar o chão seco
O mar o rio; Mario
A vida não tem mais vida e a natureza é, apenas, uma moldura, no quadro da sala.
Natureza morta.
Meus versos de Poeta descrevem a imagem que já não existe e revive o que já não existe
Eu passeio pelos bosques de arranha-céus e vejo o cultivo do progresso e sua fartura
À mingua morre de inanição a última semente de vida; a esperança.
Meus olhos de homem sentem a poeira arder em suas retinas e lacrimejam
O mar, o rio - Mario
O mundo aplaude o espetáculo do fim plantando a devastação e a colheita do fim
Natureza morta
Meus soluços de homem são provocados pela imagem que teima em existir
Eu caminho pelos campos abarrotados de automóveis e respiro o novo ar
De inanição morre à míngua a última semente de esperança; a vida.
Meus olhos de Poeta são olhos que veem que o homem fez, faz e fará!
Meus olhos
Mário Paternostro