OS “COMPROMISSOS” DO COTIDIANO, MUITAS VEZES SÃO DE TRISTEZA... 16h04min.

Esta semana estamos nos “resguardando”, após termos pego uma forte chuva ao regressarmos para casa, voltando do trabalho; - na penúltima terça-feira, descemos do ônibus andamos tão somente uma quadra, chegamos a casa totalmente “encharcados”; e ele, o resfriado voltou, após a medicação de costume já nos sentimos bem melhor...

Ontem, quando estávamos digitando a última crônica, quando recebemos um telefonema, era do filho de uma pessoa que conhecemos há muitos anos, relatando que inesperadamente o seu pai tivera um problema de saúde e veio a falecer. E que o sepultamento seria hoje às 10 horas, dando local. Agradecemos, e confimamos que compareceríamos.

Foi o que fizemos hoje pela manhã, um dos nossos genros gentilmente nos acompanhou; é preciso nestes momentos darmos o nosso comprimento de solidariedade, foi o que fizemos aos familiares, muito embora “nascer” viver e “morrer”, todos nós a isto estamos subordinados. Chegamos bem antes das 10, deu tempo para ouvir a prediga do representante da Igreja, pois possuía a Fé Católica...

O amigo* tinha feito 77 anos, desde jovem se preparou para exercer a profissão de mecânico, pessoa extremamente honesta no labor que abraçara, competente em seu trabalho, nos idos tempos deixou de ter a estabilidade da carteira assinada, pois na época até pela sua competência tinha cargo de chefia, em duas importantes firmas que passou...

Optou, corajosamente, de começar uma oficina mecânica, anexa ao terreno de sua casa, bem no começo era somente sábado e domingo, mas tarde se desligando totalmente do vínculo empregatício, começou a atender em tempo integral...

Foi quando o conhecemos, no início dos anos 70, portanto a mais de 46 anos. Ultimamente, quase não íamos lá, pois o nosso carro ainda estava na garantia...

Pessoa, honesta, prestativa, em razão de seu procedimento ganhou conceito, porque não dizer uma clientela fiel, os seus dois filhos, seguiram os “os passos do pai”, se formaram em curso técnico, passando a trabalharerm junto com ele. O tempo passa para todos. Ele aposentou-se, os filhos Jorge e Edson, assumiram totalmente as tarefas e a clientela do pai, cuja grande maioria se tornara amigo...

Sempre que possível, gostava de viajar, também fazia parte de um Coral* de destaque em nossa cidade, cuja fama foi muito além do nosso Estado.

Pessoa metódica, com equilíbrio nas finanças, quando se aposentou, continuou por mais algum tempo trabalhando, colocou o dinheiro da aposentadoria num certo período na poupança; em 1993, comprou um Monza 0 km. Foi buscá-lo em Ponta Grossa, - 100 km de Curitiba – pois a concessionária de lá, na época ofereceu um preço melhor do que a de nossa cidade...

Sempre, prestativo a ajudar, há muitos anos tínhamos um Oggi, - de saudosa “memória” da Fiat - fomos fazer uma entrega, ao estacionar raspou a tabulador em alguma saliência, ficamos tão somente com a ré e a terceira marcha, apesar disto conseguimos chegar lá, prestativamente entrou embaixo do veículo, regulou a peça, quanto cobrou? Absolutamente nada! Para estas pessoas o “ser” está desde a muito acima do “ter”...

Que Deus o abençoe, pois felizes são aqueles que deixam entre nós as lembranças, do bem que sempre espargiram... A Família, a certeza que a “morte” não é o fim, mas o recomeço da verdadeira Vida. 17h15min.

*Bernardino Mildemberg

*Coral Shalom se compõe de 28 pessoas, este amigo mencionado fazia parte dos tenores.

Curitiba, 22 de julho de 2016 – Reflexões do Cotidiano – Saul

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Walmor Zimerman
Enviado por Walmor Zimerman em 22/07/2016
Reeditado em 22/07/2016
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