O DESDÉM
Crônica de:
Flávio Cavalcante
Crônica de:
Flávio Cavalcante
Lamentavelmente esse ano de 2016 veio realmente para fechar a cortina de muitos artistas que brilharam intensamente nas telinhas e telonas no cenário artístico do nosso país varonil.
Celebridades que tanto fizeram para enaltecer o nosso país levando na mala e no peito o orgulho de ser brasileiro. Pessoas que deram o sangue e foi derramado pelo desdém de uma mídia cruel, desmemoriada e gananciosa. Estes que fizeram o país ter um alavanco de progresso e receberam em troca uma geladeira do esquecimento sem direito a pelo menos um bloquinho em algum minúsculo cantinho de algum jornal.
Lamentavelmente encontramos artistas que sofrem a crueldade da própria casa que um dia ele habitou e hoje os puseram em abrigos de retiros dando entender que estão velhos e improdutivos e por isso foram jogado ao leu para esperar a hora da morte. É como se a vida quisesse lhe dar um castigo lhe o impedindo de fazer o que o artista mais gosta de fazer independentemente da idade que é sempre estar atuando.
Outros artistas ganharam o pódio da fama e ainda permanece viva a chama da arte e ainda buscam incessantemente o seu lugar ao sol. Uma faca de dois gumes. São guerreiros que mesmo sendo chutados pela crueldade da mídia, eles continuam buscando o seu alimento que é o palco mesmo sabendo que aquilo ali é uma ilusão para voltar ao pódio; mas, enxergam como alimento e é isso que os tornam vivos e felizes.
A tristeza de tudo isso é ver a hipocrisia de uma mídia gananciosa que na atualidade arfa em busca de ibope mesmo que para isto tenha que sugar o sangue daquele que um dia foi útil para a casa. A morte de um deles é de fato estampada essa hipocrisia e conota de alguma forma que qualquer meio artístico é algo passageiro e que televisão é uma pura ilusão.
Ultimamente tivemos vários traspasses de grandes estrelas do teatro e da televisão. Uma delas recentemente foi a morte do ícone da música popular brasileiro Cauby Peixoto que carregou a cruz até o calvário e a mídia se apoderando de uma situação querendo sugar audiência deu toda assistência com um aparato de flashs, como se ele tivesse vivo e no palco. O que deveriam ter feito quando estava vivo e na ativa. Outros nem são anunciados e os fãs e telespectadores não ficam sabendo por meio televisivo do acontecido. Aliás, são esquecidos até pela mídia.
Todos nós sabemos e devemos ter em mente que essa passagem pela fama é passageira e uma hora vem da consciência de que chegou a hora de parar; mas a arte está no DNA e faz o coração pulsar forte pelos holofotes e o palco, mesmo ciente que não tem muito tempo de glória.
Hoje em dia a mídia anda descartando mais rapidamente seus artistas. A procura é muito grande e todos buscam o seu lugarzinho ao sol e quando conseguem não passa pela cabeça que é momentâneo tudo que está acontecendo. A queda vem brusca para todos e alguns não sabem aproveitar e entram em estado de depressão por andar na rua e não ser mais reconhecido pelo púbico como em tempos de outrora.
Flávio Cavalcante