Raspas e Restos
Concordo que muitas das vezes somos um somatório dos outros, dos pedaços das experiências que nos trazem e uma junção dos sentimentos que nos deixam.
No entanto, não precisamos virar um depósito de resíduos ruins.
Basta de restos. Basta das migalhas.
Sobretudo dos infortúnios, pessoas e momentos que gostaríamos de esquecer.
Há que se fazer a chamada "faxina na alma".
Senão correremos o risco de virarmos aquela velha colcha de retalhos. Onde cada um tapa o buraco, acha “bonitinha”, mas não leva para casa.
Não precisamos de remendos. Não precisamos de sobras.
Sim, nascemos inacabados, entretanto somos capazes de construirmos o nosso próprio ser e de costurarmos em nós o que julgarmos necessário para cobrir o que falta à essência.
É fato que a cada contato com o próximo e a cada relação estabelecida, seja ela qual for, deixamos um pouco de nós e levamos outro tanto dos outros.
E é aí que entra a tal faxina.
Limpando o que não agregou, reciclando aquilo que mereceu ficar e abrindo espaço para o que a vida está por trazer.
Sim, também devemos estar abertos às possibilidades que batem a nossa porta, entretanto não temos obrigação alguma de aceitarmos tudo o que nos é oferecido, especialmente daquilo que já conhecemos e não agradou.
Um pouco de ponderação e seletividade não fazem mal a ninguém.
Limpemos o velho para o novo entrar.
A nova história, a nova experiência, a nova inspiração.
E que sejam boas!
Descartemos a futilidade do ter.
Fomentemos a pureza do ser.
Atualizemos as novas formas do viver.
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