Grande Amor
Há uma brincadeira comum entre os apaixonados que é tentar quantificar ou metrificar o amor.
“- Eu te amo!
- Eu amo mais...”
Não há descrição possível de um sentimento, não há metrificação ou medida que possa lhe ser aplicada.
As áreas cerebrais responsáveis pela razão e pelas emoções são distintas e embora nosso cérebro seja capaz de orquestrar peças e sinfonias das mais diferentes todos os dias mesclando essas aéreas ao ponto de não conseguirmos distinguir até onde uma decisão é tomada por influência de uma área ou outra, elas são sim bastante distintas.
Pode se entender descrever e racionalizar o objeto amado, a relação afetiva, mas o sentimento é algo que transpõe qualquer compreensão.
As palavras não são a linguagem do amor.
Um amor, grande ou pequeno é questão de perspectiva.
Tudo na vida é questão de perspectiva, aliás, isso foi o que Einstein quis dizer com a célebre frase: “Tudo é relativo”. Ele não quis ser pai desse relativismo moderno que parece anular a existência de qualquer verdade e impõe uma vida de meio-termos, meias-verdades, como se tudo fosse uma abstração e por isso mesmo nada teria substância, importância... uma série interminável de “tanto faz” que dá preguiça de falar...
Amor é questão de perspectiva, e daqui de onde estou vejo que tenho o amor e a cobertura de pessoas gigantes.
Um GRANDE amor é questão de perspectiva, e do ângulo de onde observo, eu tenho o MAIOR amor do mundo.
Se você consegue justificar com segurança um sentimento, explicar suas razões e delimitar até onde vai o seu amor, lamento mas você não está imerso nele. A prova de imersão no amor é justamente a incapacidade explicá-lo. O amor se torna razoável com o tempo, isso é verdade, porque é preciso “saber explicar a razão do que cremos”, o amor é como a fé, nasce além de nós e é por isso mesmo intangível. Então talvez a prova de que há maturidade no amor seja ter a sobriedade de admitir que você não sabe nada sobre ele, e que você pode escrever um texto inteiro para dizer o que sente, refletir muito sobre ele e ainda assim terminará confuso...
É acho que me perdi.