A NOSSA CAMALEÔNICA MÍDIA...
A palavra CRISE foi usada e abusada em nossos jornais televisivos e impressos nos últimos dois anos, precisamente até meados de maio, com a votação da admissibilidade do Impeachment na Câmara... Mas, no momento, parece que a chaleira anda em fogo baixo, então voltaram à baila os eufemismos "momentos difíceis", "conjuntura delicada," e estão sendo açucarados, paulatinamente, como Estabilidade no Governo Temer, crescimento da Economia em 2017, Acertos na condução da política econômica ( como se manter a taxa selic em 14,5% fosse um troféu), Reformas na CLT ( coisa impensável antes, cadê a CUT e demais entidades classistas ?, aliás, não ouço pronunciamentos na Mídia de seus interlocutores, prova de que a notícia tem apenas o objetivo de legitimar o Ilegítimo), Privatizações no atacado e no varejo, ameaças ao sistema de Partilha na prospecção do pré-sal e ao monopólio da exploração pela Petrobrás, fatos cruciais ventilados aos poucos, sinalizações incontestes ao setor Empresarial, além de comentários de que a confiança dos investidores está retornando ( os rentistas se esbaldam com os maiores rendimentos proporcionados pelos juros estratosféricos bancados pelo governo em detrimento de nosso desenvolvimento e das políticas sociais ameaçadas), visam baratear a mão de obra com a contenção do reajuste do Salário Mínimo nas regras atuais. Deteriora-se o programa democrático popular para ser substituído pelo monetarismo excludente, onde estatísticas valem mais que inclusão social, e o povo significa somenos na contabilidade orçamentária. As notícias da Lava Jato, tão presentes há pouco mais de 60 dias, focam hoje personagens laterais, sem o bombástico das denúncias que pareciam ameaçar o Planalto. Dos resultados das delações que prometiam varrer corruptos parece que esconderam a vassoura e o lixo. Insinua-se de que o governo interino não pode avançar até que seja consolidado o GOLPE, atirando às costas do Governo eleito a responsabilidade, também, por estar atrapalhando seu sucessor oportunista.Ah, o FMI, o Banco que só anunciava catástrofes contra Dilma, vislumbra a volta do crescimento, pífio, diga-se, na faixa de 0,5% em 2017, reações das políticas tomadas na rapinagem da interinidade... Tentarão adoçar o amargo das medidas impopulares, pelo menos até que consigam legalizar o afastamento da Presidenta, até lá voltemo-nos para as Olimpíadas...