Abandono

Abandono.

É madrugada, lá fora, bem como aqui dentro está frio, os pensamentos se transformam numa teia sem saída, uma renda feita de nada, com um tear inexistente, somente de uma mente que sente, sente um passado latente, onde não existia gente que amparasse uma alma pungente, no crepúsculo, ao vento, a ermo, sem ninguém, ela somente...tudo era silêncio apenas. O arco-íris, não possuía cores, era pálido e sem vida, e alheia a tudo, sem entender o que acontecia, o desejo era apenas da presença de uma mãe que não via, não via ao seu lado, para em seu colo embalar, aquela pobre criança que dolorosamente acabava de acordar, acordar de um sonho ruim, que por mais que o tempo passe, esse sonho não terá fim. Percorrendo o Céu e a terra, ali sentada, sem voz, sem um olhar, nem um movimento sequer, somente as lágrimas a jorrar. Teria ela morrido? Pensou...não, não era sua hora, ela ainda se sentia presa por mil laços de amor, amor Divino. E, os primeiros raios de sol acariciava sua pele, em seguida sentiu a chuva deslizando em seu corpo, e então a vida a pegou nos braços e a fez crescer prematuramente, no silêncio do abandono.

Cida Camilo
Enviado por Cida Camilo em 21/07/2016
Código do texto: T5704287
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