Passageiro
Sabe, hoje me bateu vontade de te ver.
Senti uma sensação estranha no peito, era saudade, medo, tristeza. Não consegui definir naquele momento o que sentia.
Pensei em te procurar, mas já faz tanto tempo. Desde então, nunca mais nos falamos, nunca mais nos vimos, eu te vi.
Depois de algum tempo, paramos de procurar os motivos pelos quais os relacionamentos chegam ao fim, porque entendemos que eles não precisam existir. Simplesmente deixamos de amar alguém, ou não, porque mudamos.
Nessa longa estrada que chamamos de vida, nossos caminhos acabaram se separando, como quando oferecemos uma carona para alguém, esse alguém embarca, depois de um tempo desembarca, segue seu caminho. E acredito que essa seja a graça da vida. Essa constante mudança, esse vai e vem desenfreado de gente interessante e não tão interessante assim.
Alguns laços são complicados, difíceis de se desfazer e eles doem, dão a sensação de que quanto mais tentamos desfazê-los, mais o apertamos. Esse laço passa a machucar, mais do que se apenas deixássemos ele se desfazer... Essa é a desgraça da vida, os laços que fazemos e a falta de inteligência para entender que, quando eles chegam ao fim, é mais fácil desfazê-los do que tentar apertá-los.
Hoje, eu acordei com saudade, vontade de te ver, de te abraçar mas, senti medo de não te reconhecer e tristeza por você não estar mais ali, tão próximo a mim.
Você tem tantos nomes, significa tantas coisas. Você já foi tanto, significou tanto.
Você não existe mais