Divagando

Depois de uma crise de asma e fui pegar um livro de crônicas de Nelson Rodrigues para ler, "O Reacionário", adoro ler esse livro mesmo que o autor meta o cacete na esquerda, me divirto muito, mas aí encontrei dentro dele o recorte de uma cronica que escrevi para o nosso jornal de Pesqueira, em 1996, há 20 anos, intitulada Divagando", como estou sem assunto, depois de uma crise asma a gente fica meio grogue, resolvi transcrever esse texto mixuruca. Ei-lo:

"Vivemos numa sociedade capitalista, vegetando dentro de uma flosofia fria que busca unicamente o lucro (não importa que seja o lucro desonesto), que premia os desonestos, acerta os violentos, defende os cínicos, corteja sos bajuladores, coloca de baixo do tapete o lixodas safadezas e, acima de tudo,promovea impunidade. E faz isso em prejuízo dos excluídos. Esta sociedade é perversa.

Apesar disso, mesmo inconformados, não se pode abrir mão da necessidade de buscar a felicidade. É preciso não ter medo de ser feliz. Odiar o mundo e aspessoas é colaborar como sistema do capitalismo selvagem. É fazer o jogo dele. O ódio gratuito não constrói nada. Torcer para o circo pegar fogo é um absurdo. Não respeito quem faz a apologia do ódio. É fascismo. Penso que éo amor que dá forças para lutar pelos oprimidoseparareformar a sociedade. Nãose pode prescindir da emoção do amor para colecionar ódios. Isso só traz, repito, mais infelicidade.Quem faza sua parte conscientemente, aqueles qe, mesmo em face das angústias e agruras, conseguem ser conscientese fortes, os que lutam e endurecem as posições mas nao perdem, comodizia o Che Guevara, a terura jamais, estes são felizes, Épreciso não perder esses sentimentosositivos: o amor, aernura, a solidariedade. Eles são vitaispara que o ser humano se complete, e seja feliz".

Ha vinte anos eu dizia o mesmo que hoje, é o mesmo sambade uma nota só, mas sou assim, quem quiser gostar de mim eu sou assim, como diz o samba. Agora vou ler as crônicas de Nelson Rodrigues, ouvindo o radio, porque dormir não vou consegir, talvez la para as quatro da manhá, osremédios tiram o sono. Inté.

Dartagnan Ferraz
Enviado por Dartagnan Ferraz em 19/07/2016
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