SENSO DO RIDÍCULO
Crônica de:
Flávio Cavalcante
 
 
     Vivemos em um mundo louco onde paredes têm olhos e ouvidos nos quatro cantos. Na realidade estamos enfurnados no meio de um ninho de serpentes chamado sociedade e somos vigiados vinte e quatro horas por dia. A bem da verdade a nossa vida não precisamos cuidar; pois, do nosso lado existe todo um aparato cuidando disso nos mínimos detalhes.
 
     As pessoas diferenciadas da normalidade das outras tendem a ser vítimas de apedrejamentos ou tidas como loucas ou algo parecido. Todos acham que devemos seguir as regras da hipocrisia e ser iguais a todos como um preceito tolo que a sociedade impôs e esquece porém, que cada um vive da forma que achar melhor.
 
     Cada um conduz sua vida da forma que bem entender. Mas não dá entender que existem pessoas que realmente não tem noção do senso do ridículo. Naturalmente são pessoas que gostam de se destacar dos demais e chegam ao exagero para de alguma forma roubar a atenção de alguém. Pessoas assim vivem no mundo dela mesma sem se importar com a opinião do povo. O importante é que ela está se sentindo bem.
 
     Pessoas largadas da vida são as principais vítimas desse senso e mesmo que alguém tente a aconselhar que aquela forma usual não ficou legal, não vão dar muito ouvidos aos falatórios.
 
     Na classe artística vemos isso naturalmente. Estes pessoas da arte, pensam que artista tem que vestir a camisa “Eu seu o diferenciado” e faltou de expor a frase nesta mesma camisa “Eu não tenho o senso do ridículo”. Cabelos às alturas, Roupas rasgadas, Cores que fogem completamente de uma combinação perfeita, ferindo qualquer regra de estilo e os próprios estilistas ficam de plantão nas redes sociais para se promoverem com as críticas, apontando facilmente que a pessoa é totalmente sem noção de moda ou mostra claramente que não tem o mínimo senso do ridículo.
 
     O choque de visão é de imediato. As mulheres adoram batons que não combinam com nenhuma peça de roupa no corpo, cabelos assanhados e imensos, parecendo que ali faz tempo que ela não sabe que existe um objeto chamado tesoura ou pente. Axilas por fazer e o pelos aos montes. Sapatos desiguais, tudo fora de combinação. Vestimentas estranhas, algumas que parece que vestiu o tapete da sala. Tem pessoas que até assustam a sociedade, e esta marginaliza esse tipo de indivíduo como desocupado ou mesmo como drogado. As gírias próprias usadas por alguns, conotam e confirmam todo o pensamento de crítica que a sociedade impõe e que para eles não estão nem aí para o que falam, mas, correm para buscar os direitos quando se acham discriminados.
 
     De fato é algo a ser repensado sobre o tema abordado; pois, as vezes por causa de uma minoria toda uma classe é marginalizada, onde por causa de alguns todos do ramo são iguais, assim pensa a sociedade e por causa na maneira de se vestir e de se comportar, querendo uma liberdade subindo no pódio para mostrar que é diferente de todos.
 
     Na minha opinião temos que ter rever nossos conceitos, sim. Não custa nada ouvir a voz do povo que quando todos batem na mesma tecla é porque de fato tem alguma coisa fora do lugar e as vezes chamar a atenção querendo se sobressair de uma situação e sendo visto, nem sempre está com esta visualização toda sendo positivada aos olhos de que está vendo e daí se perde muitas oportunidades por não querermos dar ouvidos a certos comportamentos nossos. Tudo porque não paramos para dar importância aquilo que devemos ter sim, o senso do ridículo.
Flavio Cavalcante
Enviado por Flavio Cavalcante em 18/07/2016
Código do texto: T5701610
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