O Jardineiro
Um dia um jardineiro ofertou-me algumas de suas flores do seu lindo jardim, disse aquele singelo homem: leve a que mais te agrada, leve também para a pessoa mais amada de sua vida. Comecei então a andar pelo jardim procurando aquela que mais representasse os meus sentimentos. E ao andar pelos longos corredores de lindas flores. Jasmins, rosas, orquídeas e tantas outras, que exalavam o mais suave perfume da natureza, tive uma sensação nunca sentida antes de está naquele lugar, pois tive um toque da vida em minha alma. Aquelas flores eram mais que símbolos da expressão dos meus sentimentos, era a própria vida, ali naquele lugar, não imóveis, mas vibrantes, aconchegantes e sensíveis ao toque humano. Durante minha caminhada no meio daqueles canteiros, fiz questão de sentir às outras que ali também buscam a quietude que esperavam para refazer suas forças. Aos sair do jardim , o jardineiro encarou-me com o mesmo olhar singelo de antes, mas sua respiração era de uma admiração inquieta, pois em minhas mãos não postava uma flor, um ramo se quer, de imediato, o homem a minha frente em uma frenética tristeza, tomado por uma pergunta angustiante, disse: Por que este homem não quis das minhas flores? Sentindo eu que se instalava ali naquela alma bondosa uma tristeza indescritível, falei: Moço, seu jardim é vida! E eu quero fazer também vidas nascerem de um jardim. Por isso, não levarei flores, quero sementes, vou plantar um jardim. Pois hoje aprendi que é melhor ver a vida com a vida, que expressar os meus sentimentos com a vida morta em algumas flores.
Plante seu jardim, muitas vidas nascerão.
Tito Livius