DEPOIS DA PONTE...

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Sei que depois da ponte, haverá uma fonte. Nela, matarei a sede e existirá uma rede na qual descansei meu corpo velho e enfraquecido pelas infecções hospitalares. Mesmo que tenha dificuldades e o caminho seja muito difícil, hei de alcançar o objetivo de atravessar a ponte e alcançar a fonte. Nada impedirá a um ser determinado a alcançar suas metas, a não ser Deus. Contudo, já tive 11 oportunidades de residir ao lado do Criador de todas as coisas, mas Ele se recusou a levar-me. No dia anterior à oitava em menos de 30 dias estava muito nervoso. Estou estabilizado. Não curado! Sei que haverá uma ponte e uma fonte a esperar-me na eternidade!

Em todas as cirurgias para tratar de um empiema cerebral que sofri em 2006, sempre vi a morte de perto e ela estava viva. Trocávamos olhares, mesmo quando uma luz branca e forte impediu-me de vê-la. Uma luz branca e forte seguia-me quando tentava virar para um lado ou para o outro. Só conseguia ver, pessoas de jalecos brancos ao redor da maca. Teria sido sonho, ou delírio, tentavam ressuscitar-me? Senti os choques elétricos e eu pulava na maca a cada choque que recebia. Cheguei a pensar ter sido ressuscitado. Na UTI, para onde fui levado depois, ligaram equipamentos para monitoramento e, quando me senti bem, perguntei se tinha sido ressuscitado pelos médicos ao chegar e disseram-me que tinha entrado bem e tudo não passara de um sonho ou um delírio. Mas, como se vi as luzes brancas cegando meus olhos e as pessoas de branco ao meu lado? Seriam os anjos que teriam me socorrido quando eu queria desistir? Talvez!

Ou teria sido só mais um aviso de Deus querendo avisando-me alguma coisa através de seus “anjos” de branco ao redor de meu leito de cirurgia? Depois confirmei com o médico neurologista Dr. Dante Luis Garcia Rivera e disse-me que tinha sido uma das melhores cirurgias que tinha feito em meu cérebro. De todas as 7 que fizera antes, “oitava tinha sido a melhor”, disse-me. Antes da cirurgia, pedi ao pastor R. Rafael de Queiroz Sobrinho, que rezou em minha cabeça. Dormi tranquilo e até sonhei. Talvez a tranquilidade do médico tenha explicação na reza. É por tudo isso que sei que depois da ponte que atravessarei, aguarda-me uma fonte de águas que matam todas as sedes e uma rede para descansar o corpo, que ganhará vida eterna e me tornarei apenas lembranças aos que me conheceram e conviveram e convivem comigo, mesmo que me conheçam só através dos escritos. Aos demais que não me conheceram, passarão a me conhecer. Aos que me desejaram mal, irão sofrer, embora não seja o que desejo para ninguém. Não carrego mágoas, ódio ou rancor em meu coração.

Sei que todos atravessarão a mesma ponte e, apenas, alguns encontrarão a mesma fonte no deserto para matar suas sedes...!

carlos da costa
Enviado por carlos da costa em 15/07/2016
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