A VELHICE

A velhice é a mais serena das idades...É quando o desprendimento passa a ser a derradeira prova da maturidade. E não conservar os prazeres de antigamente é o mesmo que dizer que eles nunca foram essenciais. Na velhice, reaprendemos a viver como um fiel depositário do tempo e encaramos a morte com a honradez, não como um triunfo. Envelhecer é um patrimônio, é uma Graça de Deus. Ser velho é ser árvore. As rugas não significam longevidade; isso é poesia. Mas, cicatrizes doloridas, registros de que o medo foi desafiado. Tudo tem fim. Lamento essa chantagem cíclica acompanhada de degeneração moral impostas pela sociedade. Já não nos bastam a vergonha, a obediência e o cansaço de todos os pêndulos? Ser velho é ter pele escamosa, flácida, pútrida... E, nisso, uma certidão de si mesmo. Este mundo, sim, é que é doente. Viva. – E viver é experimentar... - Simples assim. Mais respeito! A vida é o calvário (da obrigação) dos dias. Não há escolhas. Ela é compromissada com o ofertório dela mesma. Então, de que sonho estamos falando? Quem sabe não seja isso que nos move: desejar mais do que necessitar?. Mas, estou apenas delirando. E lembro que Erasmo de Rotterdam diz que "a loucura é o único bem supremo". O ciclo (da vida), é o ideário de Deus. Não existe um plano melhor ... - Nem rasgaria o minuto para expor um testemunho comum. É na dor onde guardamos as verdades e que só serão apartadas na hora da hora... - Cuja alma vagará a espera do lugar onde os velhos serão também meninos e onde o tempo não mais passará.

Misael Nobrega
Enviado por Misael Nobrega em 15/07/2016
Reeditado em 10/02/2023
Código do texto: T5698158
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