Crônica diária de um barbudo #4

Fui cortar o cabelo que estava passando da hora.

Cheguei na barbearia e era o primeiro dia do barbeiro e eu era o primeiro cliente dele.

- Como o senhor vai querer?

Desconfiei que era o primeiro dia dele por me chamar de senhor. Essa educação toda é muito incomum em Boa Vista.

O cara já ganhou um crédito.

Continuando:

- Passa a máquina 3 dos lados e em cima corta na tesoura, mas de leve que eu tô ficando careca.

- Ok.

Durante o corte, ele perguntou: O senhor utiliza algum shampoo, óleo na sua barba?

É uma barba grande. É legal cuidar. Li numa revista que quem cuida da barba é chamado de lumbersex.

Pensei comigo:

Agora pronto. Lá vem conversa. Não pode nem elogiar a educação.

Respondi: Não, de vez em quando passo sabão.

- O senhor me permite fazer uma demonstração, um arremate na sua barba? Vai ficar muito bom.

- Meio à contra gosto respondi: - Vai.

Aí o cabra ia ajeitando e falando que vai ficar muito bom e finalmente termina. Pega o espelho todo orgulhoso, mostra e fala, e eu me esforçando para elogiá-lo digo: - é mesmo, ficou bom.

- O senhor gostou!? Que bom, eu cobro 30 reais pela barba, mas hoje foi só uma demonstração.

- Obrigado (com muito esforço)

Daí, levantei da cadeira e me dirigi ao caixa e perguntei quanto custou o corte de cabelo.

A moça respondeu: - 20 reais.

Moral da história:

Manter a sua barba numa barbearia pode ser mais caro que tentar manter os últimos fios de cabelo na sua cabeça.

Rodrigo Leonardo Costa de Oliveira
Enviado por Rodrigo Leonardo Costa de Oliveira em 14/07/2016
Reeditado em 21/07/2016
Código do texto: T5697094
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