Amizade colorida

Nada acontece por acaso...

Hoje teria algumas coisas para resolver.

Por um motivo de força maior preferi deixar para os próximos dias.

No entanto, como precisei ir a um dos bairros vizinho para fazer um favor, de início não achei legal, mas depois até que a ideia não foi de toda ruim... Andar um pouco e espairecer os pensamentos não fazem mal a ninguém.

No caminho de volta encontrava-me distraída, já no bairro em que resido, ao longe notei que um indivíduo do outro lado da calçada a minha frente, caminhava mais lentamente em relação aos demais na correria do dia a dia. E ao me aproximar, reconheci a pessoa em questão, na qual fez parte da minha adolescência e juventude.

Bem próximos éramos, relativamente falando...

Como desde criança fui acostumada a ter mais amizades masculinas e ninguém de minha família nunca viu problema nisso, ou nunca falou nada. Apenas recordo de uma única vez em que alguém (não me lembro de quem foi) me perguntou com quem realmente namorava quando me encontrava conversando com um amigo... Se com fulano, com beltrano ou cicrano? Confesso que achei a indagação uma piada e comecei a rir deixando a pessoa sem jeito.

Mas não namorava nenhum deles e, a pessoa com quem conversava, embora fazendo parte da lista enumerada, não era o meu namorado. O que cabia entre nós era apenas a amizade.

Sempre fui uma pessoa esperta e usava o que acontecia ao meu favor... O meu comportamento entre os garotos era espontâneo, nada de querer ser o que não era. E foi me mostrando dessa maneira, os laços de amizades se fortaleciam. Até que um dia, alguém do nosso grupo começou a se aproximar e a demonstrar interesse... Não pela garota amiga e sim a mulher. Então, algum bichinho me picou!

Naquela época não morria de amores por ele... Naquela época de adolescência... De juventude... De descobrimentos... Tudo era novidade... Dúvidas... E também de medo.

Só havia namorado dois amigos em momentos distintos, mas nada que provocasse algo novo de fato. E, com este era diferente! Ele demonstrava o que desejava... Pode até parecer hilário, mas nunca chegamos às vias de consumar aquilo que tanto ansiávamos... Reinava somente aquele desejo no ar... Ou melhor, tesão!

A juventude de hoje diria que ficávamos, mas gosto de classificar como uma amizade colorida... Aonde o respeito sempre e, às vezes, não imperava.

Ao acaso nos esbarramos algumas vezes, e as duas últimas foram muito significativas pela sua maneira de me olhar e falar comigo em outras ocasiões.

A vida de cada um foi tomando rumos diferentes... Formatos distintos!

Cada um fez as suas escolhas...

As lembranças das carícias... Dos beijos enlouquecidos distantes de olhares alheios.

O que acontecia... Toda aquela magia... Era somente nossa... Só nós dois sabíamos!

Na presença de outros agíamos de forma dissimulada e, eu o tratava como aos outros amigos mais próximos. Porém, quando éramos nós dois, a coisa mudava de figura.

A canção Refrão de Bolero, dos Engenheiros do Hawaii uma vez cantada em frente à igreja. Impossível não relembrar a minha reação.

Ao dia de hoje retornando...

Não nos falamos... E ao me distanciar... E ao olhá-lo de soslaio, percebi que também o retribuía.

Não sei o que se passa.

E nem o que se passou em sua vida!

Só sei que a minha daria uma novela...

Mas a pior sensação é aquela de frustração... De ter sido guiada pelas aparências... De não termos dito um para o outro tudo o que desejávamos.

E de fazermos...

De nos entregarmos à química que causava a ebulição e m nossos corpos.

Como disse antes, a vida é feita a partir de escolhas e, a dele veio primeiro.

Saudades de nossa amizade...

De sentir outra vez o frescor da juventude.

Fabby (ana) Lima
Enviado por Fabby (ana) Lima em 13/07/2016
Código do texto: T5696701
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