FIGURAS INESQUECÍVEIS DO POSTO 3
FIGURAS INESQUECÍVEIS DO POSTO 3
"De manhã cedo, quando eu vou / descendo
o Morro, / a nêga pensa que eu vou trabalhar.
/ Eu boto 1 baralho no bolso, / um cachecol
no pescoço / e vou pra Praça Mauá"!
("ponto de caboclo", na Umbanda)
Quem sempre achou que a rua Siqueira Campos, bem no centro do extenso bairro de Copacabana, não tinha nada de especial, enganou-se... nela circularam pessoas importantes, artistas de destaque no cenário televisivo nacional dos anos 70 e 80 e algumas "sumidades" específicas, que só atuavam na praia, naquele pedaço de areia branca (ou quase)de cem metros de largura x 1 km e meio.
Embora morador do Leme, o então deputado federal Aguinaldo Timóteo -- "alô, mamãe"! -- desfilava em seu Cadillac conversível vermelho "rabo de peixe", nos anos 70, pelo menos na época de eleição. Até Nei Matogrosso, no auge da fama, "apareceu" por lá... eu vi "com esses olhos que a terra há de comer" um certo EDSON ARANTES, "escondido" num apartamento modesto de um prédio antigo da rua Barata Ribeiro (bem em frente a um posto de gasolina que, adiante, virou "apartHotel"), por volta de março o u abril de 1970, quando eu era estafeta do antigo DCT, depois EBCT, ECT e finalmente CORREIOS, que tantos prejuízos me daria.Resta saber se PELÉ, antes de morrer, confirma (ou desmente) isso, até porque sem TV em casa e sem ler jornais eu mal conhecia a cara do gênio que, pouco depois, nos encantaria a todos no México. Bem, poderia ser um irmão dele ou, quem sabe, o pai "Dondinho".
TONI TORNADO vivia naquele "shopping" fracassado, no meio da rua Siqueira Campos, principalmente porque tinha um bar lá, próximo do famoso Teatro OPINIÃO e a frequentada "Adega do Rei", que não fechava nunca. Ali,o famoso cabeleireiro DJALMA (na época, "coiffeur") colocou as primeiras "continhas" de plástico nas volumosas madeixas de Gilberto Gil e a moda se tornou febre logo depois. O inigualável coreógrafo e bailarino LENNY DALE era "figurinha carimbada" do polêmico Teatro onde, por volta de 1977 ou 78, o já famoso Nestor Capoeira (do Grupo SENZALA) realizou belíssimo show em homenagem ao Mestre angoleiro LEOPOLDINA. Conheci (de vista) Bezerra da Silva lá, nas Rodas de Samba do teatro, quando êle ainda nem sonhava em ser o "rei da malandragem" e seus discos tinham um pé no Nordeste dos cordéis, do forró, Capoeira e xaxado.
O pequeno notável GRANDE OTELO morava bem perto dali com sua francesa gigante, quase ao lado de uma casa cor-de-rosa que funcionava como cassino.Segundo meu irmão, JORGE AMADO morava na rua anterior, a Hilário de Gouveia, viela "sem saída" e perto da praia. Quando foi lhe entregar um colchão, levou um susto: na ampla casa do escritor não tinha NADA, além de um sofá na sala. A maioria dos "figurões" (e generais) morava em Ipanema nos anos 60 e 70, mas Copacabana também tinha um bocado de artistas -- ELKE MARAVILHA era uma delas -- vistos sem nada do assédio moderno (de fãs e "papparazzi") nas feiras desmontáveis e nos shoppings e boutiques.
O amigo leitor e a eventual leitora cansaram de ler nomes?! Azar o seu, queridos, TIM MAIA morava no final da avenida Figueredo Magalhães, paralela à Siqueira Campos e o "impagável" TIÃO MACALÉ -- do bordão "ô, crioula difícil"! -- "se escondia" em algum lugar do "bairro Peixoto", que efetivamente nunca existiu como bairro, já que BAIRRO era Copacabana inteira. 'Tião" não saía da praia, mantinha um time juvenil de "pelada" que participava do Campeonato oficial. O famoso JÚNIOR de tantas Copas morava na F. Magalhães, salvo engano no prédio onde funcionou a CASAS DA BANHA, marco comercial do Rio antigo. Se Ipanema (e parte do Leblon) era o paraíso do "high society" e dos ricaços da época, em Copacabana viveram e atuaram artistas de todo tipo, fotógrafos, pintores e principalmente músicos, como JORGE BEN, no Posto 2, se não me falha a memória, "curtindo" James Brown e seu "Sex Machine", quando estive em seu apartamento para entregar qualquer coisa. (Às vezes a memória nos trai... será que estive mesmo na casa do autor de "Fio Maravilha"?!)
Mas o que pretendo recordar são as "figuras" que alegraram as manhãs de quem ía à praia, pessoas especiais à sua maneira, consideradas e admiradas exatamente por isso. A primeira delas era o "Ceará"... queimado de sol, forte, atarracado, 1 metro e meio de músculos, sem êle não haveria vôlei em boa parte da praia. Às 6 da manhã já estava na areia cavando feito tatu, para "plantar" o paliteiro de postes que seguravam as redes de voleibol. "Ceará" era responsável pela guarda de tudo (usando as garagens dos prédios próximos), inclusive das bombas d'água das quadras mais chiques. Jamais FALHOU, nem mesmo nos dias de chuva, alguns fanáticos não se importavam com o "toró", terror da maioria dos cariocas. O mercenário alemão Carl Seidl, a serviço de Dom Pedro II em 1861, escreveria que "para acabar com qualquer rebelião no Rio bastava a chuva". E não estava mentindo!
A "linha de passe", prazer maior de quase todos depois que a Prefeitura PROIBIU futebol pela manhã -- nesse país DE DIREITOS, segundo "meu vizinho" de Facebook Adroaldo Bauer -- tinhas seus "reis" incontestáveis: o velhíssimo "Joelho", já perto dos 80 anos e o esguio "Picolé", um negro bem penteado, bigodinho de jogador de "ronda" e o corpo enxuto de quem fazia muita corrida na areia pesada. Malabarista da bola, invencível em "embaixadinhas", foi o precursor de quase tudo o que se vê hoje por aí...passava a bola de ombro, de calcanhar, com a cintura, os quadris, a equilibrava com perfeição na cabeça, na nuca, ombros, coxa, com o pé "em concha", enfim, era "um espanto". O velhote "Joelho" era outro fenômeno, tinha um senso de direção e distância magníficos e xingava a garotada quando estes falhavam. Fingindo chutar as bolas altas, usava o joelho no último instante, "cobrindo" o goleiro e mandando a bola "na gaveta", exatamente na junção entre os 2 paus, raramente a pelota tomava outro rumo.
E chegamos finalmente aos 2 "para-atletas" do Posto 3, numa época em que eram apontados por insensíveis apenas como "aleijados" e pelos "politicamente corretos" como deficientes. Hermínio (creio que era esse o seu nome) sofreu um acidente de caminhão quando criança e perdeu uma das pernas... seus amigos da Ladeira Tabajaras não o deixaram sucumbir ao drama e o tratavam como pessoa completa. Participava num pé só -- bem antes do "Saci" do "Sítio do Pica-Pau Amarelo" -- das partidas de vôlei como levantador e "levava bronca" se falhava em alguma jogada. O outro herói "dessas mal traçadas linhas" era um jovem negro de 15-16 anos, surgido na área por volta de 1975-76... chamava-se Jorge!
Jorge era desenhista, digo, rabiscava castelos e tinha um belo traço! Surgiu do nada e foi ficando, a cadeira surrada toda de ferro verde e sem nenhuma almofada para amenizar-lhe os dias. Inaugurou o "voleibol sentado"... queria tanto jogar que algumas pessoas destinaram parte de seu tempo para dar-lhe alguma satisfação, a cobiçada bola MIKASA branca, caríssima, sendo acariciada por suas mãos "sujas" de areia. Outro negro, '"Bebeto Monsueto" (na verdade, Roberto Menezes) vivia em Ipanema, artista completo, mas frequentava "de penetra" a Adega do Rei, sonhando com uma alma piedosa que lhe pagasse 1 "cerva". Êle tinha mais prazer em exibir seu copo do que em beber. Meu irmão, que conviveu com êle por vários anos, nos narra um dos seus "causos" típicos, sucedido por volta de 1979/80. (0BS: tanto eu, na crônica em 3 partes "Olha lá, o Negro!", como meu irmão escrevemos sobre Bebeto e também o Jorge. De meu irmão nasceu "Jorge, um Brasileiro", que postarei nesse espaço, como "apêndice".)
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OH, CACILDA !
Debate no Teatro Cacilda Becker, Bebeto tem a infeliz idéia de levar Pereira, aquela cópia adubada de Karatê Kid. Chegamos e eu me escondi no escurinho da arquibancada, longe do grupo de debatedores. Bebeto e aquela cópia fajuta de Chuck Norris juntos, era promessa de vexame na certa. Estávamos ali convidamos por Marcos com K, que tinha um espaço na Mostra de Teatro e Dança que aconteceria, e nos convidou para participar de sua apresentação.
Conversa vai, conversa vem, entra o tema Dança.
O coisa ruim pede um aparte e me entra com essa:
Quando Moisés desceu a enevoada montanha com as tábuas da lei, veio pé-ante-pé, com cuidado pra não pisar em falso nas pedras soltas, neste exato momento ele estava dando os primeiros passos da Dança Contemporânea!
Enquanto falava imitava os possiveis passos descendo a arquibancada. Deu um espaço esperando aplausos e deve ter ouvido uma môsca voando, se não ouviu, eu ouvi.
Continuou a sandice:
Quando a madame no supermercado vê a criança com o carrinho de compras, olha seus pés e lá vem o carrinho e a criança, em direção aos seus pés. Enquanto falava, encenava o possível choque e o pavor da madame.Terminou com a tenebrosa risada.
Foi um balde de agua fria no abalizado grupo. Quem estava esperando uma oportunidade de tirar o time, aproveitou. Com K, fuzilou Bebeto com um olhar tipo:
De onde veio essa múmia!
Seguido da expressão facial:
Aonde fui amarrar o meu burro!
Eu pedi a Deus que me transformasse numa tataruga, para poder enfiar a cabeça dentro do corpo!Me fiz de Ninja e sumi silenciosamente!
Nesta eu Dancei! A Mostra de Teatro se dividiu em 2 dias:
No 1º Música e Dança, no 2º Teatro.
Bebeto e eu tinhamos sidos contratados por Marcos Com K para dar-mos um toque afro com atabaque e berimbau, a sua performance. O 1º a se apresentar foi Marcos 100 k, com boa exibição. Depois um Mini E.T., invertebrado, que misturou Break, muita criatividade, plasticidade, merecendo até um clip da Plim-Plim!
Logo após um cantor negro, desconhecido, que com um violão e um chapéu de couro, cantou um Aboio, um senhor Aboio!
Era Raimundo Sodré que depois ganhou o Festival de Música com A MASSA!
Relembrando um pequeno trecho:
Quando eu vejo a massa na mandioca Mãe: A Massa!
A Massa que passa fome mãe: A Massa!
Le-lé, meu amor le-lé
No cabo da minha enxada não conheço Coroné!
Minha estréia de peso no Teatro começaria de cócoras. Com K viria, breu total, e só após eu tocar 7 badaladas num pedaço de trilho de trem, embaixo de uma escada, ele começaria a dança!Espaço exiguo, mal dava para puxar o braço pra bater no trilho.
Com K aparece com uma vela na mão e caminha para o centro do palco. A luz bruxeleante cria sombras fantasmagóricas impressionantes.
Esqueço da badalada. Silêncio denso, Com K estático, lembrei e dou uma senhora raquetada:
Peíiimmm!
Ferro com ferro, agudo longo, demorado. Dou-lhe a 2ª madeirada: Peiiimmm!
Na 3ª o inesperado:
A cada pancada o trilho ia balançado e na 3ª ele ja estava voando baixo, por isso errei a 4ª e a 5ª porradas, e só acertei a 6ª de raspão, saindo um Peim muito do michuruca.
Nervoso e irritado segurei o trilho pelo pescoço, digo pela corda e dei uma surra no FDP:
Peim, Peim, Peim!
Pego de surpresa Com K ficou mais duro do que ja estava, e eu, conforme o combinado, no atabaque e Bebeto no Berimbau nos dirigimos para o palco.
Bebeto tinha bolado um refrão Afro que me pareceu interessante:
Ô Muzenza keobata, Muzenzá! Ô Muzenza kapulê, Muzenzá!
O problema é que Com K estava demorando demais na performance. Comecei a achar a cantoria monótona, me perdi 2 vezes no atabaque, "senti" que não estava só "pagando o mico" estava "Recebendo" também, ou na giria Umbandistica, eu era o "Cavalo" ou seria o Burro.
Mesmo com Com K dançando bem, achei que Nós Dançamos também!
(trecho de "Homenagem a Bebeto Monsueto - de AZn666)
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"Capoeira é pra homem, menino e... mulher", cantava-se num dos "corridos" tradicionais de uma época extremamente machista. Porém, pelo menos na Zona Sul carioca -- que não começava nos bairros do Flamengo, Botafogo ou Gávea, na visão geral -- o sinônimo de Capoeira, a referência praticamente única no início dos anos 70 (antes que um certo "Camisinha" iniciasse sua meteórica ascensão) era mestre "Peixinho" e sua famosa Academia na Travessa Angrense, bem ao lado da antiga LOBRÁS que, como a MESBLA, o Governo brasileiro permitiu que falisse, pondo centenas de funcionários "na rua da amargura".
Aos sábados o estreito apartamento abria seu espaço para uma "Roda livre" que fazia enorme sucesso e levava muita gente a visitar o local. Mestre Marcelo Azevedo se foi cedo demais, mas deixou saudades e seu nome perpetuado no Posto 3.
Finalizo com duas figuras opostas mas inesquecíveis daquela praia e das ruas próximas: um "picolezeiro" negro, velho conhecido de quem frequentava as areais tórridas daquele pedaço de mar e um decorador português alto e careca, cabeçudo e sério, bastante parecido no físico com o poeta Drumond. Oferecendo a vários anos picolé na mesma área o cantante "camelô" conhecia a todos, desde a infância de alguns, guardando uma surpresa para os novos banhistas, "marinheiros de primeira viagem"... se o incauto o chamava, o vendedor desfiava meia dúzia de nomes de frutas em tom calmo e findava com "e tem também de... UUUVVVAAAAA"!, num berro assustador, que fazia quase todos os que conheciam a "brincadeira" gargalharem, para espanto do comprador. Nunca soube de ninguém que tenha desistido de comprar por causa da "maluquice" do sujeito.
E, por fim, chegamos a um real gênio da decoração de vitrines, disputado a tapas pelas boutiques e magazines renomados da Av. N. S. Copacabana, entre a chamada "praça dos paraíbas" e as ruas Santa Clara e seguintes. Jamais soube o seu nome e, como fui officeboy em meia dúzia de boutiques famosas naquele trecho, pude não só observá-lo como até o ajudei em alguns momentos. Vivia cercado de "rapagões" bem nutridos, do tipo surfista (gosto não se discute!) e foi tema de minha crônica "O Mago", publicada nos sites culturais Overmundo e Recanto das Letras em 2008 e 2009.
Outro português, cabelos grisalhos e guarda-pó impecável, fazia minha alegria todas as tardes: vendia uva verde caramelizada (num palito) e "maçã do amor" e ficava no calçadão bem me frente a Galeria Menescal. Quando eu não tinha dinheiro me vendia fiado e, algumas vezes, me presenteava... dizia que eu lhe dava sorte! Eternizou-se na minha memória, já lá se vão 42 ANOS !
"NATO" AZEVEDO (escritor e compositor) 1º/ julho 2016
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(texto publicado por AZn666, no seu espaço no BLOGSPOT)
JORGE, UM BRASILEIRO ?
Quando meu professor Lua Rasta viajou fiquei sem pai e logo depois Bebeto Monsueto meu amigo, enlouquecido de amor se mandou para a Argentina atrás de sua princesa, fiquei sem pai nem mãe!
Aí o Posto 9 em Ipanema ja não era mais o mesmo, ficou sem sal. Embora a contra gosto tive que voltar a frequentar a praia da Rua Siqueira Campos em Copacabana no Rio de Janeiro, oque desagradou meu mano, envolvido que era com os amigos do local.
Meu estilo Hippye demais o incomodava. Mesmo assim continuei frequentando-a até que conheci Jorge. Ele sempre estivera ali, eu via mas não enxergava. Oque me chamou atenção para sua pessoa, foi seus desenhos de super heróis magníficos.
O tempo que fiquei ao seu lado, (uns 2 meses) Jorge foi sempre o mesmo. Negro, negríssimo, aparentava entre 15/18 anos, sempre sem camisa e com o mesmo short, tinha um sorriso cativante que irradiava felicidade embora tenha sorrido pouquissimas vezes.
Era paraplégico e sua cadeira de rodas só tinha uma lona como assento, sem espuma, nenhum conforto. Nunca me reclamou disso, depois de um tempo passou a temer os pivetes, pois escondiam maconha na sua cadeira, e ele magro, esquelético, não tinha como impedir. Estranhamente, dormia e morava na entrada principal de um edificio a beira mar, Av Atlãntica, que por sorte do seu negro destino, não era usada pelos moradores.
Pensei em levar seus lindos desenhos para um radialista no intuito de lhe conseguir um abrigo, protegendo-o da terrível maresia das tardes/noites dos dias chuvosos. Pensar é uma coisa, fazer é que são elas. Mas ele tinha um sonho, sonho besta por sinal, fácil de concretizar, mas o medo dele era maior:
Queria tomar um banho de mar!
Embora não cheirasse mal, desconfiava que banho só de chuva. Me propuz a realiza-lo, mas ele continuava reticente:
Sem mexer as pernas e terrívelmente mal alimentado, (nunca o vi comer) não tinha braços para nadar. Eu descia para a praia logo depois do almoço, 13:30/14:00, batia um papo com ele antes de entrar na areia.
Nesse dia estava 40 graus á sombra e eu doido para dar um mergulho. Convidei e ele topou. Levei a cadeira até o calçadão
Peguei-o no colo, (pesava uns 30 kilos) e corri os 100 metros até a beira dágua. Mesmo lá a areia estava quente, arriei-o e deve ter se queimado um pouco, cavei desesperadamente uma banheira na areia aonde a onda chegava com um palmo ou 2 de altura e corri para busca-lo.
Que maravilha vê-lo e se esbaldando naquela espuma aquosa. O problema problemático é que ele tomando banho de espuma, tomava também de areia e se o mar tem sal, deve estar na espuma. Depois de umas 3 horas convenci-o a sair.
No cabelo estilo black dava para ver centenas de grãos de areia, o pior foi o sal que transformou meu amigo numa zebra. Se ele não tomasse banho de agua doce ia ser comido vivo pela salmoura.
Nesta altura do campeonato Bebeto voltou e eu voltei com ele ao Posto 9 esquecendo por completo meu desvalido amigo. Mas a lição de vida, de esperança, de felicidade ante um futuro tão inóspito, incerto, perigoso por ter que enfrentar os pivetes, ficou, para mim e poucos que puderam conhecer este Herói Brasileiro, tão visto mas não enxergado!
Brasil mostra a sua cara!