VOLTANDO À ROÇA
Ontem sob a chuva fria as pessoas na fila em busca de um emprego. O que eram 11 milhões de desempregados, certamente já são 12.
Então enfiam o microfone em várias bocas, de uma sai a angustia de buscar um curso para melhorar o currículo.
Aquilo deu-me uma tristeza por ver como sofrem as pessoas sem qualificação profissional. Fechei os olhos e pensei em alguma maneira de ajudar os menos qualificados.
Durante uns 15 minutos a mente foi para todos os lados e devolveu-me ao invés de triste, de solidário, raivoso.
Sim, senti raiva, mas não do que não fiz, mas pelo o que a maioria deixa de fazer.
Durante a regressão lembrei quando propus em 2009 uma parceria, onde a instituição em que eu trabalhava fizesse com a instituição vizinha e assim fosse montada uma sala de aprendizagem de tecnologia, uma das instituições entraria com a sala e a outra com os equipamentos e nós, o pessoal de tecnologia doaríamos duas horas semanais cada um, para ensinarmos tecnologia aos menores desvalidos, que eram aprendizes na Polícia Militar, claro que durante os intervalos do uso institucional por ambas.
O convênio não evoluiu penso que pelo medo de que uma instituição pudesse levar mais vantagem do que a outra.
Das horas de folga que eu e os demais doaríamos, nem sei o que fizemos.
Hoje lembrei do que aprendi sobre análise de sistemas, administração de banco de dados, de gerência de projetos, de programação e tudo mais que adormecidos estão sem que eu tenha podido repassar para os mais necessitados. Felizmente para mim troquei os teclados e tal lógica, por uma enxada, uma pá e uma cavadeira e colho minhas hortaliças.
Quem sabe as pessoas comecem o caminho inverso, o caminho na direção da roça, pois comer é uma necessidade básica e por mais que as pessoas estejam mal sempre precisarão dela.