O SOFRIMENTO DE UM CARRINHO DE SUPERMERCADO .
Ao invés de ser apenas um sujeito de cabelos brancos e que usa óculos , até concordaria em ser uma águia, um tigre ou até mesmo um pé de beterraba . Para ser um repolho ou uma melancia teria que fazer uma dieta rigorosa e pensando bem, não sei se gostaria de ser um pote cheio de sorvete de passas ao rum porque certamente da produção ao consumo final ia durar muito pouco .
Dando um passeio num final de sexta feira num supermercado cheio e observado atentamente o que acontecia ao meu redor , vi muito do que não gostaria de ser e aí a lista seria enorme.
Além do já mencionado acrescentaria outras coisas, como por exemplo um pacote de biscoitos . Não só por conta das embalagens não combinarem com meu gosto pessoal e os melhores e mais gostosos serem justamente os mais caros além de venderem menos. Isso sem contar que quem compra quer comer tudo de uma vez e então volto ao que já disse antes ou seja, curto tempo de sobrevivência .
Mas tem uma coisa , na vida de um modo geral tem muitas coisas , que detestaria ser e nesse caso refiro-me a um carrinho de super mercado . Eles têm quatro rodinhas e geralmente uma delas não gira direito ou tem algum tipo de plástico que atrapalha e emperra as manobras e a locomoção .
Eles têm que suportar caladinhos o peso de quilos e quilos de cereais e é raro quando não se misturam sacos escorrendo açúcar ou farinha em pequenos furos e comida congelada ou postas de bacalhau fora da embalagem plástica e aí, não há carrinho que aguente.
Mas o pior de tudo é quem pilota os sofredores carrinhos e com todo respeito cito as mulheres. Já notaram que elas jamais estacionam um carrinho no cantinho do corredor, bem encostadinho nas gôndolas ou prateleiras justamente para que outros carinhos companheiros possam circular livremente e sem nenhum atropelo ?
Já notaram também que mesmo nos corredores mais espaçosos elas vão andando, olhando para todos os lados e param de repente e bem no meio do caminho ? Quem vem atrás faz cara feia e a culpa acaba caindo sempre em quem ? No pobre coitado do carrinho .
Nas filas então é um sofrimento. Eles são jogados de um lado pra outro, quando conseguem encostar no caixa e são descarregados até dá pra ouvir um suspiro de alivio mas logo em seguida as mesmas mercadorias, agora protegidas por sacolas de plástico que demoram um tempão pra gente abrir , entopem de novo o pobre do carrinho.
Aí, eles são conduzidos para um elevador apertado, saltam no andar da garagem , encostam junto ao porta malas dos carros e depois que cumprem seu papel de carregar as compras são abandonados com desprezo em qualquer canto e de qualquer jeito , sem ao menos um simples muito obrigado .
Com certeza, quando nascer de novo aceito sem nenhum problema ser um tigre, uma águia e na pior das hipóteses uma melancia ou um repolho mas , carrinho de supermercado, jamais...
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