REENGENHARIA
Alguns anos atrás era comum ouvir-se nas empresas o termo reengenharia para definir o conjunto de ações para otimizar os sistemas operacionais, o entrosamento entre os funcionários e a definição dos objetivos de médio e curto prazos.
Entre palestras e oficinas os participantes eram estimulados a fazer sugestões, naquilo que se chamava brainstorming (afinal, sempre foi de bom tom usar termos importados para dar ênfase às falas, mesmo sabendo-se que a maioria não iria entender bulhufas).
Para aqueles que como eu, não sabem e não gostam da língua inglesa, esclareço que esse palavrão significa tempestade de ideias.
É aquele momento da reunião em que apresentado um problema qualquer, todo mundo dá as mais estapafúrdias sugestões para a solução e, geralmente, se acha a mais conveniente para por em prática.
Nem sempre dá certo principalmente porque qualquer mudança, por mais insignificante que seja, precisa do empenho e da colaboração de todos para ter sucesso.
Diariamente, acompanhando os noticiários, sentimos que nosso país precisa ser reinventado.
Ouvimos reclamações de todos os tipos pelos desserviços em todas as áreas de atuação.
Ninguém está disposto a assumir a responsabilidade dos seus atos nem muito menos tomar as atitudes necessárias para o perfeito funcionamento das instituições.
Aquele pensamento de John F. Kennedy (que foi presidente dos Estados Unidos da América) “Não pergunte o que o seu país pode fazer por você, mas o que você pode fazer pelo seu país” está bem longe da nossa realidade.
Talvez por preguiça mental, nós não conseguimos sair do caos dos anos 60 quando tudo aquilo que até então estava estatuído foi colocado em xeque mate pelos diversos vetores das mudanças que começou pelos valores fundamentais das sociedades, pelo desmantelamento das famílias e do ensino formal, da representatividade política solapada pela repressão da ditadura e pelo apoderamento (lindo esse termo) das responsabilidades familiares pelo Estado que, como era de se esperar, não deu certo, como não deu certo em canto nenhum do mundo onde o Estado assume o controle total da sua população.
Precisamos de uma reengenharia.
Precisamos reinventar o Brasil.
Precisamos de um brainstorming em cada um dos 5565 municípios do país (Censo 2010/IBGE) para definir qual o rumo que queremos como nação.
Se é que realmente queremos permanecer como única nação, tão grande, tão desigual, tão diversa inclusive no falar dos diversos idiomas na nossa língua oficial.
E, como dizia um velho amigo ambientalista (já falecido), “se quisermos mudança efetiva, temos que começar pela pediatria, porque a utilidade da geriatria tem prazo curto e já está viciada demais para aceitar qualquer mudança”.