A PESCARIA E PERNILONGOS História verídica

Certa vez, um primo Benedito, que era chamado de Ditinho barbeiro,porque ele cortava cabelo, me convidou para uma pequena pescaria num córrego da região. Sempre gostei de pescaria mas, por um ou outro motivo fiquei muito tempo sem a tal prática.

Com algumas varas, linhas e anzol, fomos e carro até o tal córrego, uns quinze quilômetros de distância, saímos de casa por volta de quatro horas da tarde, com um tempo seco. Chegando lá percebemos que tinha chovido e estava barro na beirada do riacho e era difícil se locomover com o terreno escorregadio. Logo apareceu o primo Orlando que se juntou a nós.

Lançamos as linhas na água, com um boa isca, e a vara ficou imóvel por muito tempo, nem um único peixe mordiscou a isca, ou eles estavam saciados ou com preguiça. Logo, começou a escurecer e foram aparecendo pernilongos gigantes , que picavam por cima da roupa com seus enormes ferrões, eu desacostumado da pesca, já não tolerava mais tais picadas e estava impaciente.

Vimos um reboliço na água e pensamos que podia ser uma cobra. Não fisgamos nenhum peixe, ficamos com pés cheios de barro e levamos dezenas de picadas dos terríveis insetos, resolvemos juntar as tralhas e voltarmos para casa, com as mãos vazias. Uma pescaria frustrada e nunca mais voltei a pescar.

Eu, no início tinha imaginado um prato de peixe frito e quentinho e saboroso, só me restou a água na boca ou comprar numa peixaria.

Miguel Toledo
Enviado por Miguel Toledo em 12/07/2016
Reeditado em 14/07/2016
Código do texto: T5695104
Classificação de conteúdo: seguro