Mágoas&Mágoas
Romeu Prisco
Depois do Presidente Lula dizer-se magoado com as vaias recebidas na solenidade de abertura dos "Jogos Pan-americanos Rio 2007", foi a vez dos jogadores da nossa seleção de futebol, campeã da Copa América de 2007, se dizerem magoados, ao desembarcarem no Rio de Janeiro, com as críticas recebidas antes do jogo final. O técnico Dunga, por seu turno, ainda na Venezuela, dedicou o título "a todas as crianças carentes do mundo".
Quanto às mágoas de Lula, já foram elas objeto de crônica minha anterior, intitulada "Vaias&Vaias". Assim como ao nosso Presidente, também não assiste razão aos nossos jogadores. Antes da disputa da finalíssima e mesmo na fase de preparação, a campanha da nossa seleção, se comparada à campanha da seleção argentina, deixava a desejar. Na lógica futebolística, era natural que se admitisse a superioridade e o favoritismo dos argentinos para conquista da taça.
Ademais, criticar a seleção e elogiar o adversário, não, significa, necessariamente, torcer contra, o que seria, isto sim, motivo suficiente de magoa para a nossa equipe, mormente em se tratando de uma rivalidade histórica, como a que existe entre Brasil e Argentina no futebol. Com a vitória, ninguém ficou mais contente que a torcida brasileira.
Por isso, os "melindres" e as "caras fechadas", com brinquinhos nas orelhas, demonstrados pelos nossos jogadores, no desembarque no Brasil, foram exagerados e imotivados. No que se refere ao técnico Dunga, nada contra as "crianças carentes do mundo", porém, bem que ele poderia ter dedicado o título aos torcedores brasileiros, onde não faltam "crianças carentes" de todas as idades.
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