O DIA DO TOURO
O touro e o jovem toureiro diante de uma plateia impactada pela cena - um incomensurável desprezo pela vida e um execrável instante de dor.
As touradas atravessaram gerações na Espanha. Um espetáculo sangrento de exarcebação à vaidade humana.
Em meio a uma arena, ocupada por pessoas incomuns, alimentando requintes de prazer pela tortura, um homem esbelto e elegante, armado com longas e afiadas espadas executa um ritual mórbido de exibição, na busca dos aplausos que aprovam num rito frenético e uníssono, o impiedoso momento.
Nos bastidores do evento sinistro animais são selecionados pela beleza do porte e pela nobreza valente de seus instintos.
É razoável pensar que há profissionais para as mais incríveis e árduas atividades. A nobreza está na maneira peculiar que você exerce a tarefa que lhe compete. Porém, sabemos existirem profissões que denigrem o caráter do ser humano porque prejudicam outras pessoas, ambiente, vida.
Há também pessoas cujo caráter deletério torna qualquer ocupação saudável, uma atividade absolutamente nociva à coletividade por eleger meios espúrios de desempenho.
No entanto, o que mais impressiona na "tourada" é o descaso, a morbidez, o prazer exacerbado que leva a assistência ao delírio sem se condoer com o sofrimento do animal ferido uma, duas, três vezes, espetado cruelmente pelas espadas que o toureiro lhe enfia nas carnes executando passos e poses e gestos, articulados com maestria, evoluindo numa coreografia sarcástica de desprezo pela dor do animal que em convulsões, sangrando, vencido, submetido ao sacrifício, se ajoelha e aguarda humilde e quase inerte o golpe final.
Agora, o herói perfilado, esguio, sob aplausos, gritos e flores se exibe ao sucesso de seu magnífico feito.
Mas, há sempre um mas.
Desta vez, o jovem touro resolveu inverter o sucesso e alertado pelo seu instinto, não permitiu que as afiadas espadas, manejadas orgulhosamente com rara perícia pelo garboso e encantador jovem, o ferissem de morte e a história reverteu.
Rápido, sem elegância, mas reconhecendo ter diante de si um inimigo, um assassino, o touro desferiu um golpe incrivelmente certeiro e mortal contra seu algoz usando seus potentes chifres, sem vacilar. Apenas uma estocada. Sem malabarismos. Sem a crueza da vingança. Apenas defesa.
Deve ter sido sacrificado depois, porém, sem escárnios e glória, o touro conseguiu o silêncio de uma plateia cruel.
O touro e o jovem toureiro diante de uma plateia impactada pela cena - um incomensurável desprezo pela vida e um execrável instante de dor.
As touradas atravessaram gerações na Espanha. Um espetáculo sangrento de exarcebação à vaidade humana.
Em meio a uma arena, ocupada por pessoas incomuns, alimentando requintes de prazer pela tortura, um homem esbelto e elegante, armado com longas e afiadas espadas executa um ritual mórbido de exibição, na busca dos aplausos que aprovam num rito frenético e uníssono, o impiedoso momento.
Nos bastidores do evento sinistro animais são selecionados pela beleza do porte e pela nobreza valente de seus instintos.
É razoável pensar que há profissionais para as mais incríveis e árduas atividades. A nobreza está na maneira peculiar que você exerce a tarefa que lhe compete. Porém, sabemos existirem profissões que denigrem o caráter do ser humano porque prejudicam outras pessoas, ambiente, vida.
Há também pessoas cujo caráter deletério torna qualquer ocupação saudável, uma atividade absolutamente nociva à coletividade por eleger meios espúrios de desempenho.
No entanto, o que mais impressiona na "tourada" é o descaso, a morbidez, o prazer exacerbado que leva a assistência ao delírio sem se condoer com o sofrimento do animal ferido uma, duas, três vezes, espetado cruelmente pelas espadas que o toureiro lhe enfia nas carnes executando passos e poses e gestos, articulados com maestria, evoluindo numa coreografia sarcástica de desprezo pela dor do animal que em convulsões, sangrando, vencido, submetido ao sacrifício, se ajoelha e aguarda humilde e quase inerte o golpe final.
Agora, o herói perfilado, esguio, sob aplausos, gritos e flores se exibe ao sucesso de seu magnífico feito.
Mas, há sempre um mas.
Desta vez, o jovem touro resolveu inverter o sucesso e alertado pelo seu instinto, não permitiu que as afiadas espadas, manejadas orgulhosamente com rara perícia pelo garboso e encantador jovem, o ferissem de morte e a história reverteu.
Rápido, sem elegância, mas reconhecendo ter diante de si um inimigo, um assassino, o touro desferiu um golpe incrivelmente certeiro e mortal contra seu algoz usando seus potentes chifres, sem vacilar. Apenas uma estocada. Sem malabarismos. Sem a crueza da vingança. Apenas defesa.
Deve ter sido sacrificado depois, porém, sem escárnios e glória, o touro conseguiu o silêncio de uma plateia cruel.