Acaso recordas,  de um dia, estar comigo na praia, desenhando em circulos na areia com os dedos, com os meus dedos.  Não consigo parar o tempo, não posso fazer mais do que estar aqui, a esperar-te.  Atravesso um desfiladeiro imenso.  Cavalgo sem rumo, por serras sem nome, para que eu chegue mais perto de ti. Porque um dia,  lhe disse para vir me encontrar. 
A minha pele sedenta,  está salgada como água do mar, fria ao toque, ao gesto, ao sabor.  Sei que é dourado este brilho que vejo.  Falta algum tempo para nos encontrarmos, mas hoje, foi um presságio. 
E mesmo assim, continuarei a querer ir contigo à praia, desenhar na areia palavras indescrítiveis, daquelas que saberás, com certeza decifrar.    Será fácil criar o tempo contigo, sem contá-lo... será sempre fácil, contigo!  Iremos criá-lo para nós, não teremos de ir para outro lugar, porque alguém se incomodou conosco.  Teremos sempre o nosso espaço-tempo guardado, dentro de nós.

 


 
MIRAH
Enviado por MIRAH em 18/07/2007
Reeditado em 06/09/2015
Código do texto: T569344
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