Interdependência

Quase todos somos nacionalistas. É um sentimento inerente ao ser humano. O amor pela pátria é algo naturalísssimo. no fundo, no fundo mesmo, até os mais reacionários possuem um certto apego ao sentimento do nacionalismo.

Há os exagerados, xiitas, aqueles que batem no peito. se arrepiam ouvindo o hino ou vendo a bandeira tremulando e, não raro, ainda uivam se rasgando o verso: "Verás que um filho teu não foge à luta!". Esses são apenas folclóricos. Mas há os nacionalistas conscientes. Esses merecem respeito.

Entretanto, no mundo que vivemos o conceitode independência e de nacioanalismo está ficando obsoleto. Sim, cada vez mais os países dependem uns dos outros. Está quase tudo globalizado. E a globalização parece que é irreversível.

Há ainda rasgos de independência como o Brexit da Inglaterra. Ou a loucura da Coréia do Norte. Isso sem falar do Oriente Médio.

Quando comecei a trabalhar no BNB, em 64, logo depois do golpe militar, li um discurso de Castelo Branco onde ele disse: "No contexto de uma confrontação bipolar, com o radical divórcio ideológico, entre os dois centros, a preservação da independência pressupõe a aceitação de um certo grau de interdependência, quer no campo militar, quer no econômico, quer no político". Achei papo de entregista. Estava errado, o general tinha pensado realisticamente, estava antevendo a globalização.

Acho que a saída para evitar a globalização total é a formação de blocos e iniciativas como os Brics. Mas nenhum paí pode ficar isolado dos outros. É um suicídio. Agora, deve preservar um mínimo de independência. Inté.

Dartagnan Ferraz
Enviado por Dartagnan Ferraz em 10/07/2016
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