Algumas Verdades Desabsolutas e Disconvictas
Um dia eu li uma aparente absoluta verdade no livro chamado: O Alquimista. “Quando a gente vê sempre as mesmas pessoas, terminamos fazendo com que elas passem a fazer parte de nossas vidas. E como elas fazem parte de nossas vidas, passam a também a querer modificar nossas vidas. Se a gente não for como elas esperam ficar, chateadas.” Automaticamente ao ler isso, indignei-me comigo mesmo, pois me veio a mente todas as vezes que discordei arduamente de alguém que fez parte de minha vida, e o quanto isso só trouxe discórdia.
De fato, quando as pessoas fazem parte de nossas vidas, queremos intuitivamente, que elas pensem e ajam como nós, e nos desprender disso é realmente libertador, realmente “open mind”, portanto, não precisei ler duas vezes, para tomar isso como verdade convicta. Porém uma frase de Nietzsche hoje me vem a cabeça, e faz-me repensar isso: “A maior inimiga da verdade não é a mentira, e sim a convicção”.
Oras, ponhamos então a convicção de lado, e pensemos e analisemos somente o que há a nossa frente, com a nossa lente. Essa frase de O Alquimista, joga em nossa face o conceito de que, sempre, devemos aceitar a opinião do próximo, e além disso não nos impor a ela. E isso me traz a cabeça a democracia. O principal defeito da democracia, é que, nela, todos tem voz e o direito de escolher para onde a sociedade caminhará. Parece um ideal bastante bonito, aparentemente. Mas isso é como um navio, que ao invés de ser comandado por um comandante - com experiência em navegação, coordenadas e experiência marítima - faça uma reunião diariamente com todos os tripulantes, leigos ou não, para decidirem, democraticamente, como o navio será guiado.
Essa crítica quem faz não sou eu, e sim Platão (O homem que conseguiu sair da caverna). Porém longe de mim afirmar que o problema está na democracia, mas sim, nos que a guiam.
Isso me leva a conclusão que, se você tem uma opinião diferente sobre música, cores, moda, artes ou qualquer outra coisa do tipo, realmente, isso deve ser respeitado. Mas se estamos falando de politica, economia, filosofia ou qualquer outra coisa significativamente decisiva para a sociedade, discorde, reflita, aja, pense, brigue, lute, teime, mude, esse tipo de atitude sim, influenciará a vida dos que um dia chegarem a ter o dever de decidir para onde o nosso navio será guiado. Futebol e Religião eu não sei, agora politica sim se discute, afinal, se não se discutisse não seria politica.