ANJO DA MORTE*
Augusto rosto que me assombra às madrugadas, tua aparição é emblemática: um anjo e guardião da porta oriental. Por que testemunhas o meu sono aflito?. Vens encurtar o meu destino... - Mas, o tempo pertence a Deus. És mesmo um mensageiro do céu? Confusão que me agoniza... - Não há mais como endireitar o meu andar coxo. Sou uma aberração do mundo. E se mesmo assim o fizesse... Eu pecaria outras vezes; já que amei todas as virgens Marias que conheci. A vaidade me embruteceu. Só não tolero os intelectuais, cuja arrogância é uma chaga incurável. Prefiro a ignorância dos comuns... - Folhas secas ao sabor do vento descolorindo o próprio caminho. Não pedi pela salvação. Escolhi viver!. O que há agora? Cousa alguma. Dê-me apenas mais um dia.. - E para ter a certeza de que valeu a pena, sofrer no intervalo de cada fôlego; e que essa angústia seja a última testemunha de mim.