DÊ PASSAGEM PELA ESQUERDA
Lá por 2007 eu saia do supermercado, este quase ao lado do presídio Madre Peletier, em Porto Alegre, como faço sempre, entro pela direita e saio pelo lado de igual direção, logo atrás vinha um casal de jovens na maior frescura, como se frescura em público desse melhor o prazer.
Quando atingi a metade da rampa o carrinho deles acertou-me o calcanhar, então virei-me e protestei, de lá veio um pedido de desculpas, no que retruquei que não desculpava.
Então o cara saiu-se com esta:
- A gente quer ser gentil e estes bobalhões ainda ficam se fazendo! Ferveu-me o sangue. Só aceito as desculpas se deixares que eu te dê também com o carrinho, disse eu.
Ele do alto de talvez 1,90 m perguntou se eu estava querendo levar uns encontrões.
Não falei nada e segui meu caminho, pois para fazer certamente sobraria força do lado de cá contra os encontrões dele. Sob a axila eu carregava um pt .380 carregada até as goelas e mais dois pentes no bolso da jaqueta.
As vezes recuar sai mais barato, pois talvez ele não valesse os prováveis R$ 2,00 de cada projétil. Mais cedo ou mais tarde a vida deve ter-lhe ensinado. Eu aprendi que uma paradinha na rampa deixando passar os mais afoitos pode preservar os calcanhares.