A Garota do Ônibus.
Já faz alguns anos, estava eu sozinho, já quase a noite, em um ponto de ônibus, de repente vinha caminhando em minha direção, uma garota de mais ou menos uns 17 anos, vistosa, trajando roupas e tênis de marca. Pensei; vai me chamar de tio e pedir informação. Quebrei a cara, tratou-me naturalmente dentro dos padrões do respeito e cordialidade. Lembro um assunto que comentávamos; era sobre violência. Ela disse justamente que procurou uma segurança naquele ermo, encontrar-me era um alívio.
Ao embarcarmos, o trocador não tinha troco para 50 reais, paguei a passagem dela, ao descermos no centro da cidade queria trocar para ressarcir-me o dinheiro da passagem, dispensei com o jargão; "não esquenta não!". Ela me agradeceu dizendo; " qualquer hora a gente tromba por aí!".
No outro dia tive que ir a um velório. Tive uma surpresa fúnebre; a garota do ônibus no velório ao lado. Os parentes tristes e alguns em prantos. Olhei-a por alguns instantes e correu pelo meu rosto uma lágrima. Pelo o zunzunzum, fora estuprada e assassinada. Saí de fininho, não conhecia ninguém, falar o quê?
Lair Estanislau Alves.