Luiz Gonzaga em Guarabira e o mico do Vem Vem
Escutei alguns relatos de amigos, conhecidos e fofoqueiros de plantão que o mestre Luiz Gonzaga esteve alguns dias na Rainha do Brejo, na Cidade de Guarabira situada há 100 quilômetros da capital João Pessoal. Alguma vez cantando pelos sítios dos senhores donos de terras e dos votos. Mas, uma certa vez em especial no Cinema da Cidade. Isto mesmo. Guarabira já teve um cinema que serviu de diversão para toda cidade. Onde várias pessoas já se emocionaram. Jovens moçoilas sonharam com os seus príncipes encantados. Jovens mancebos vislumbraram a possibilidade real de serem heróis e de um dia salvar o mundo das garras perversas do mal. Porém o tempo, que corrói as coisas e põe poeira branca nos cabelos e ferrugem áspera nos sonhos, muda e inverte a lista da prioridade para uma cidade feliz. E o cinema foi riscado desta. Foi substituído por uma igreja. Claro, a igreja se for encarada como business, é muito mais vantajosa. Pois garante lá, pode ser vender o seu esplendoroso e eterno terreno no céu.
Pois bem, Geraldo Vem-Vem, locutor e radialista atesta, comprova e dá fé, que o mestre Lua, esteve por estas plagas. Foi sim. Tudo combinado pra que ele viesse e se apresentasse naquele lugar. Horário anotado, o povo avisado, barba feita e banho tomado. Foram pra lá, aguardar aquele que seria o engenheiro mor da música nordestina. Aquele que inventara a tríade instrumental mais repetida e cantada na região, formada brilhantemente com zabumba, sanfona e triângulo. Aquele que nos ensinou o que era xote, xaxado e baião.
Sobre o Vem-Vem, não tem a sua alcunha derivada do belo pássaro silvestre frugívoro que canta pelas florestas o som singular: _ Vem, vem! Não. Este nome é devido que este comunicador, no auge de suas atividades de divulgação dos candidatos gritava:_ Vem, vem! Vem povo, ver o candidato que vos apresento, este é o melhor e coisa e tal. E fez sucesso significativo com esta maneira.
Naquela ocasião, Geraldo era um dos organizadores do evento que já estava atrasado, era pra colocar como música de entrada uma das canções do Luiz. Na hora que este entrasse pela plateia. Mas, na hora “H” o operador do som soltou a música errada tocando uma música de Fernando Mendes. Mestre Lula caprichoso que era, deu meia volta e foi embora. E arretado, já havia desistido de cantar e saído no seu carro. No entanto o pessoal do deixa disso, foi lá, pediu, talvez até tenha implorado por Frei Damião para que cantasse, e ele, baixou a crista, tomou da sanfona e voltou ao cinema para cantar para o povão. E deve ter sido bom que só a gota.