Falta tampa pra tanta panela
Não é de agora que costumo ouvir a frase “vai faltar tampa para tanta panela”, numa referência a “mais problemas do que solução”.
Diante de tanta corrupção no país, o meu receio é de que o contingente da Polícia Federal não dê conta de tantas operações de busca e apreensão e, principalmente, de prisão, dos larápios dos cofres públicos. Quase que, diariamente, surge aqui, ali ou acolá, uma operação com sua denominação própria para definir o tipo de “assalto” feito por tantos meliantes da nossa “maculada” sociedade, com maior destaque para o segmento político. Numa hierarquia descendente, a partir do Congresso Nacional, com a Câmara e o Senado, as Assembleias Legislativas e as Câmaras Municipais, vê-se que é quase uma constância ali surgirem políticos implicados com escândalos de corrupção. É isto que, no dia a dia, os jornais estampam as suas manchetes. Por isso é que, quando vejo as constantes operações da Polícia Federal, para quem tiro o chapéu, fico preocupado com o crescente número dos delinquentes, imaginando que pode faltar polícia para tanto ladrão.
Muito se tem dito que temos em mãos a melhor arma para combater esse crime: o voto. Este ano, ao menos em nível municipal, podemos usá-lo. Mas, pelo que vemos, há muitos candidatos “ficha-sujas” pleiteando a sua volta. É preciso, portanto, que saibamos defenestrá-los, não permitido que eles se reelejam. Infelizmente, ainda há o chamado “voto de cabresto”, não dando liberdade ao eleitor agir livremente. Uma questão social e econômica. Vota-se em quem tem mais. E esse “ter mais” já foi fruto de roubalheira anterior.
Não é á toa que se diz que “cada povo tem o governo que merece.” É preciso criar a consciência de que na votação secreta, lá na urna, a nossa arma possa ser disparada em favor da sociedade, eliminando ali o seu inimigo. Assim, não haverá mais panelas do que tampa.