O Essencial é Ser Tranquilo!
 
¨A grande questão é saber o que é o essencial e estabelecer nele o seu foco. E que fazer para saber o que é o essencial? O que o deixa mais tranquilo, em paz, com a sensação de dever cumprido, sem angústias e sem paixões, com a sensação de estar no caminho da verdade e da serenidade, do amor e do bem¨.
(Espírito: Eugênia. Livro: Alamedas. Médium: Benjamin Teixeira)
 
J. Krishnamurti, em sua obra AOS PÉS DO MESTRE, relaciona a BOA CONDUTA como um dos quatro itens essenciais à todo aquele que deseja entrar na Senda da Iluminação vencendo as dores e limitações do mundo terreno. Aconselha-nos a NUNCA PERDER A PAZ, por mais paradoxal que isso nos pareça. Basta sairmos de casa, ou ligarmos a TV, o rádio ou o computador para que todo um dogma de tranquilidade desmorone diante da realidade. Em verdade, a maioria não precisa nem sair de casa. Batemos uns contra os outros já no próprio seio do convívio familiar.
Como fazer para encontrar o ESSENCIAL?

O espírito de Eugenia recomenda procurar, em primeiro lugar, o que o DEIXA MAIS TRANQUILO. Creio que muitos, dentro do rol da preguiça, já irão pensar: não fazer nada me deixa tranquilo. Obviamente, sendo criados para o SERVIR, não encontraremos no isolamento diante dos desafios da vida uma paz que seja real ou duradoura, pois bastaria um pequeno contato com outro ser humano e já nos veríamos envolvidos em terríveis conflitos. A tranquilidade que podemos passar a buscar é seguir pelo viés de um caminho que nos faça andar entre os outros e enfrentar os desafios da vida sem nos encolerizarmos diante do que nos aconteça.

Há aqueles para os quais basta uma pequena desavença, uma contrariedade, desde encontrar um pequeno objeto fora do lugar ou interpretar negativamente uma expressão, gesto ou palavra de outra pessoa para que o seu mundo venha a cair.

Pessoas com tal gral de suscetibilidade jamais serão plenamente felizes. Viver sem cultivar ansiedades, angústias ou paixões desnecessárias são o caminho que nos apontam seres repletos de sabedoria no curso da história da humanidade. Uma delas, Madre Teresa de Calcutá, certa vez foi visitada por um homem muito rico que a encontrou limpado terríveis chagas de uma pessoa. O homem esperou que ela terminasse e então lhe disse que não faria o trabalho dela por dinheiro nenhum neste mundo. Madre Teresa levantou seus olhos cheios de afabilidade respondendo: Eu também não.
Á ótica de fazer aquilo por amor e prazer eram as sementes que lhe traziam uma tranquilidade, uma paz, uma força e uma coragem que se distancia muitos do que sentem milhões de almas perturbadas e doentes que se chocam diuturnamente em nossa sociedade voraz e doentia. Para alguém que se distancie do mundo e nos observe de um ponto de vista superior, deve passar a impressão de um grande formigueiro devorando a si mesmo em voraz agonia.

Entrar para o caminho da serenidade, vencer lutando entre os homens sem perder o foco no cumprimento de nossos deveres familiares e sociais, cultivando o amor ao próximo e seguindo sem abrir mão de executar cada um de nossos afazeres dentro do Bem são as práticas que podem preencher nossa vida de uma inebriante realização. Não recomendam os Espíritos que saíamos do mundo e nos isolemos em montanhas. Ao contrário, assim como Jesus, ao encontrar pela primeira vez com Paulo de Tarso mandou que ele fosse para a cidade de Damasco, o conselho que nos dão é que não fujamos de nossas vidas e nem que demos as costas ao mundo. Viver no mundo como está e superá-lo adotando uma conduta serena e pacífica é o grande desafio espiritual que nos aponta. É no embate que se forma o caráter do combatente da luz e não na fuga das batalhas diárias. Nossas armas são defensivas e não agridem a ninguém: o escudo da paz e armadura da tranquilidade. Usando-as, nos alegraremos para sempre...


(Jurandir Araguaia é escritor, palestrante motivacional espírita, ex-fiscal-ambiental/Goiânia, Auditor Fiscal/GO, formado em Ed. Física e Adm. de Empresas. Site: www.jurandiraraguaia.prosaeverso.net)