Santa Ana

Quando comecei a trabalhar no Banco do Nordeste, em 1964, como não entendia priroca nenhuma de contabilidade e só batia máquina com dois dedos, catando milho, como faço até hoje, me colocaram na carteira rural para tomar as propotas de empréstimos do pessoal do campo. Adorei, mesmo sem entender nadinha das lides rurais. Mas fui aprendendo com os amigos da zona rural, fiz muitos amigos no campo, e com o tempo me tornei um profundo cohecedor das coisas da agropecuária, aprendi só ouvindo eles falarem e contarem suas histórias e problemas. Sempre fui bom ouvinte, e ouvir o pessoal do campo era para mim um prazer. É claro que no começo estranhei paca as expressões que eles usavam. Exemplo: quando tomava as propostas e calculava a "produção projetada agr[ícola", e perguntava quando seria a colheita, por exemplo,do feijão (que agora vamos importar da China), eles respondiam na hora que nem caldo de cana: "In Santana!". Eu ficava aéreo e constrangido em perguntar o que era Santana. Resultado, botava no formulário na coluna época da colheita: Santana. Depois de algum tempo o Fiscal-Orientador que fiscalizava a aplicação dos créditos, um cara que se tornou muito amigo meu, sério mas gozador, me chamou de lado e disse: "Cabra véio, na coluna da época da colheita do feijão não coloque Santana, mas julho. E explicou que eles falavam Santa Ana porque era o mês dedicado à santa, a Mãe de Nossa Senhora. Aprendi e fiquei encantado coma reverência do homem do campo a Santa Ana. Depois eu e minha esposa colocamos na nossa primeira filha o nome de Ana.

Hoje começamos o mês de julho, o mês de Santa Ana, Mãe de Nossa Senhora, peço que ela interceda junto a sua filha e esta junto ao Filho, e este junto ao Pai, Deus, para que ajudem o Brasil. Inté.

Dartagnan Ferraz
Enviado por Dartagnan Ferraz em 01/07/2016
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